“Armênio Guedes pode ser considerado nome bem expressivo do processo de conversão do PCB em operador político no tempo contemporâneo. Desde meados dos anos 1950 ele aparece ligado ao “pensamento político” identificado com a valorização da política no agir pecebista, recorrente no PCB. Sua escrita, que não é muito extensa, também pode ser visualizada ora em passagens dos documentos oficiais nos quais colaborou, ora publicada à margem dos jornais comunistas, como, por exemplo, depois da anistia de 1979, entrevistas à grande imprensa e alguns artigos publicados em revistas. É notável ver como, ao longo do tempo, o seu “pensamento político” mantém traços marcantes – previsão de cenários e perspectiva de ação –, guardando o autor nas suas análises de conjuntura distância tanto em relação ao tempo largo da doutrina quanto ao “desespero” imediatista nos momentos difíceis, como ultimamente costuma dizer ao relembrar os anos duros do regime de 1964. “
Raimundo Santos. "Teoria e prática no nosso marxismo político (antecedentes do campo da “revolução passiva”). In: Interpretações, Estudos Rurais e Política – Roberto José Moreira e Regina Bruno, Orgs., editoras Mauad e Universidade Rural do Rio de Janeiro, 2010.
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