DEU EM O GLOBO
A principal definição da Era Lula foi feita pelo próprio presidente Lula. No meio do primeiro mandato, citando Raul Seixas, ele afirmou: “Eu sou uma metamorfose ambulante”. Foi o momento em que as políticas que o PT sempre condenara na economia começavam a mostrar resultado sob Lula. Há 15 dias, traçando um retrato de seu governo, ele disse: “O segredo do meu sucesso é ter feito apenas o óbvio”. Um balanço por dentro da administração Lula mostra que isso é verdade. O que revela um paradoxo: um presidente com uma popularidade recorde e um governo com poucos avanços em áreas-chave para o país, como educação, saúde, saneamento, infraestrutura e as reformas política, previdenciária, trabalhista e sindical.
A construção do mito Lula
Presidente deixa o poder após oito anos como fenômeno político, apesar de seu governo pouco ter avançado em áreas fundamentais da administração, como educação, saúde, saneamento, infraestrutura, reforma agrária e sem ter feito as reformas política, previdenciária, trabalhista e sindical
A13 dias de deixar o Planalto, o presidente Lula exibe uma inédita popularidade na História da República. Seu governo foi marcado por um avanço sem precedentes na educação do país; na saúde, ele consolidou o SUS, deixa serviços de qualidade para a população e uma gestão mais eficiente dos recursos; como se esperava de um governo de esquerda, Lula universalizou o saneamento básico; da mesma forma, cumpriu a promessa histórica do PT e fez a reforma agrária; na área da infraestrutura, deixa aeroportos novos, estradas duplicadas e portos desburocratizados; além disso, usou a sua ampla maioria no Congresso para avançar na reforma política e na atualização da legislação previdenciária, das relações trabalhistas e sindicais.
Infelizmente, nenhuma das afirmações anteriores é verdadeira — com exceção da estratosférica popularidade de Lula. Mas como podem conviver um presidente bom e um governo ruim? Só a estabilidade econômica (herdada do governo anterior) explica isso? Seria o Bolsa Família? Ou é tudo fruto do carisma pessoal do ex-operário, com quem o povo brasileiro se identifica? Para debater essas e outras questões e contradições da riquíssima Era Lula, O GLOBO publica este caderno especial. Míriam Leitão, Merval Pereira, Marco Antonio Villa e Carlos Alberto Sardenberg analisam esses últimos anos, em que “nunca antes na História deste país...” houve paradoxos tão grandes. Articulistas que escreveram no primeiro caderno especial sobre o governo Lula, ainda sobre as expectativas que o rondavam naquele 2002, reexaminam seus textos e analisam o que foi feito e o que ficou para depois.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ex-ministro de Desenvolvimento Social Patrus Ananias, responsáveis pelos resultados que mais ajudaram a alavancar a popularidade do presidente, na economia e no social, falam de suas experiências. Da mesma forma, o chanceler Celso Amorim, um dos poucos ministros a atravessar os oito anos ao lado de Lula, fala sobre a política externa do período. O jornalista José Casado revisitou as promessas eleitorais de Lula e também faz um balanço do que foi cumprido ou não. Um resumo de oito anos de um governo é trabalho para a História. O presidente Lula já começou a fazer o seu: na quarta-feira, fez um balanço cor-de-rosa de sua gestão numa solenidade oficial. O GLOBO deixa a sua contribuição, ainda no calor do governo, neste momento em que Lula deixa o Planalto e entra para a História.
A principal definição da Era Lula foi feita pelo próprio presidente Lula. No meio do primeiro mandato, citando Raul Seixas, ele afirmou: “Eu sou uma metamorfose ambulante”. Foi o momento em que as políticas que o PT sempre condenara na economia começavam a mostrar resultado sob Lula. Há 15 dias, traçando um retrato de seu governo, ele disse: “O segredo do meu sucesso é ter feito apenas o óbvio”. Um balanço por dentro da administração Lula mostra que isso é verdade. O que revela um paradoxo: um presidente com uma popularidade recorde e um governo com poucos avanços em áreas-chave para o país, como educação, saúde, saneamento, infraestrutura e as reformas política, previdenciária, trabalhista e sindical.
A construção do mito Lula
Presidente deixa o poder após oito anos como fenômeno político, apesar de seu governo pouco ter avançado em áreas fundamentais da administração, como educação, saúde, saneamento, infraestrutura, reforma agrária e sem ter feito as reformas política, previdenciária, trabalhista e sindical
A13 dias de deixar o Planalto, o presidente Lula exibe uma inédita popularidade na História da República. Seu governo foi marcado por um avanço sem precedentes na educação do país; na saúde, ele consolidou o SUS, deixa serviços de qualidade para a população e uma gestão mais eficiente dos recursos; como se esperava de um governo de esquerda, Lula universalizou o saneamento básico; da mesma forma, cumpriu a promessa histórica do PT e fez a reforma agrária; na área da infraestrutura, deixa aeroportos novos, estradas duplicadas e portos desburocratizados; além disso, usou a sua ampla maioria no Congresso para avançar na reforma política e na atualização da legislação previdenciária, das relações trabalhistas e sindicais.
Infelizmente, nenhuma das afirmações anteriores é verdadeira — com exceção da estratosférica popularidade de Lula. Mas como podem conviver um presidente bom e um governo ruim? Só a estabilidade econômica (herdada do governo anterior) explica isso? Seria o Bolsa Família? Ou é tudo fruto do carisma pessoal do ex-operário, com quem o povo brasileiro se identifica? Para debater essas e outras questões e contradições da riquíssima Era Lula, O GLOBO publica este caderno especial. Míriam Leitão, Merval Pereira, Marco Antonio Villa e Carlos Alberto Sardenberg analisam esses últimos anos, em que “nunca antes na História deste país...” houve paradoxos tão grandes. Articulistas que escreveram no primeiro caderno especial sobre o governo Lula, ainda sobre as expectativas que o rondavam naquele 2002, reexaminam seus textos e analisam o que foi feito e o que ficou para depois.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ex-ministro de Desenvolvimento Social Patrus Ananias, responsáveis pelos resultados que mais ajudaram a alavancar a popularidade do presidente, na economia e no social, falam de suas experiências. Da mesma forma, o chanceler Celso Amorim, um dos poucos ministros a atravessar os oito anos ao lado de Lula, fala sobre a política externa do período. O jornalista José Casado revisitou as promessas eleitorais de Lula e também faz um balanço do que foi cumprido ou não. Um resumo de oito anos de um governo é trabalho para a História. O presidente Lula já começou a fazer o seu: na quarta-feira, fez um balanço cor-de-rosa de sua gestão numa solenidade oficial. O GLOBO deixa a sua contribuição, ainda no calor do governo, neste momento em que Lula deixa o Planalto e entra para a História.
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