Não é a ideal, mas já melhorou muito a posição da diplomacia brasileira em relação a episódios envolvendo a luta pela democracia no Oriente Médio. Assistimos agora à cautela em expressar uma posição quanto à rebelião no Egito, em lugar da metáfora futebolística que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou para se referir aos protestos contra a fraude nas eleições que resultaram na recondução, ao poder, do ditador iraniano Mahmoud Ahmadinejad, em meados de 2009.
O povo, nas ruas, estava sofrendo as piores repressões, com morte, inclusive, e Lula negava a fraude, comparando a situação com um Fla-Flu. Ao menos saímos dessa lamentável situação!
O Brasil está em cima do muro, mas não está do lado do ditador Hosni Mubarak. A embaixadora brasileira nas Nações Unidas, Maria Luiza Viotti, anunciou que vai "acompanhar e ver como vai evoluir" a revolta. Cautela é bem melhor que desrespeito ao povo de um país.
Esperamos que o Brasil retome algo que existia antes do governo Lula: seriedade no trato das questões internacionais, respeito aos direitos humanos e defesa da democracia. No caso egípcio, o Itamaraty não está defendendo esses valores, mas pelo menos não está com a ditadura.
Não nos ombreia a regimes ditatoriais, teocráticos, fundamentalistas, como Lula fez no caso iraniano.
O Brasil deveria emitir uma nota em prol da liberdade, dos direitos humanos, da democracia. Seria ideal. Estaríamos nós a favor do vento que espalha aquela que vem sendo chamada de Revolução do Jasmim, que começou na Tunísia e levou à derrocada do ditador Zine al-Abidine Bem Ali, que estava no poder há 23 anos.
Munidos de esperança e da vontade de livrar-se de um regime corrupto e opressor, os jovens tunisianos sem querer desencadearam quem sabe a marcha fúnebre das ditaduras do Oriente. Pelo visto, perfume do jasmim estará no ar até que a última delas venha abaixo.
Todas as ditaduras vão tremer no mundo. Mesmo que a China proíba a busca da palavra Egito; mesmo que os ditadores utilizem a repressão à imprensa para frear a liberdade.
O mundo mudou e a cidadania pode fazer muito pela própria organização, como a utilização das redes sociais que tanta importância tiveram no caso do Egito.
O PPS defende a radicalidade democrática desde os tempos do PCB, quando falávamos do valor universal da democracia, ainda no tempo da existência do socialismo real.
A democracia é nosso norte, nosso cerne, a alma do partido. A busca da democracia é nossa questão central.
Vivemos em um mundo multifacetado. Nele, o que tem de presidir as relações são valores fundamentais, como o da democracia, da liberdade e dos direitos humanos. A renúncia imediata de Hosni Mubarak é uma questão de honra para a humanidade.
Não podemos tolerar o banho de sangue que ele vem patrocinando no Cairo para manter-se no cargo e tentar abafar a rebelião que não se dá por vencida. Se os egípcios estão ali há mais de uma semana sem medo, não havemos nós, tão de longe, de temer o futuro que sairá daqueles valentes gritos de liberdade.
O cheiro de jasmim que perfuma o mundo árabe não se desmanchará no ar com as ditaduras. Que não haja recuo e floresça liberdade. Nenhuma ditadura ficará imune!
Roberto Freire é presidente do PPS
O povo, nas ruas, estava sofrendo as piores repressões, com morte, inclusive, e Lula negava a fraude, comparando a situação com um Fla-Flu. Ao menos saímos dessa lamentável situação!
O Brasil está em cima do muro, mas não está do lado do ditador Hosni Mubarak. A embaixadora brasileira nas Nações Unidas, Maria Luiza Viotti, anunciou que vai "acompanhar e ver como vai evoluir" a revolta. Cautela é bem melhor que desrespeito ao povo de um país.
Esperamos que o Brasil retome algo que existia antes do governo Lula: seriedade no trato das questões internacionais, respeito aos direitos humanos e defesa da democracia. No caso egípcio, o Itamaraty não está defendendo esses valores, mas pelo menos não está com a ditadura.
Não nos ombreia a regimes ditatoriais, teocráticos, fundamentalistas, como Lula fez no caso iraniano.
O Brasil deveria emitir uma nota em prol da liberdade, dos direitos humanos, da democracia. Seria ideal. Estaríamos nós a favor do vento que espalha aquela que vem sendo chamada de Revolução do Jasmim, que começou na Tunísia e levou à derrocada do ditador Zine al-Abidine Bem Ali, que estava no poder há 23 anos.
Munidos de esperança e da vontade de livrar-se de um regime corrupto e opressor, os jovens tunisianos sem querer desencadearam quem sabe a marcha fúnebre das ditaduras do Oriente. Pelo visto, perfume do jasmim estará no ar até que a última delas venha abaixo.
Todas as ditaduras vão tremer no mundo. Mesmo que a China proíba a busca da palavra Egito; mesmo que os ditadores utilizem a repressão à imprensa para frear a liberdade.
O mundo mudou e a cidadania pode fazer muito pela própria organização, como a utilização das redes sociais que tanta importância tiveram no caso do Egito.
O PPS defende a radicalidade democrática desde os tempos do PCB, quando falávamos do valor universal da democracia, ainda no tempo da existência do socialismo real.
A democracia é nosso norte, nosso cerne, a alma do partido. A busca da democracia é nossa questão central.
Vivemos em um mundo multifacetado. Nele, o que tem de presidir as relações são valores fundamentais, como o da democracia, da liberdade e dos direitos humanos. A renúncia imediata de Hosni Mubarak é uma questão de honra para a humanidade.
Não podemos tolerar o banho de sangue que ele vem patrocinando no Cairo para manter-se no cargo e tentar abafar a rebelião que não se dá por vencida. Se os egípcios estão ali há mais de uma semana sem medo, não havemos nós, tão de longe, de temer o futuro que sairá daqueles valentes gritos de liberdade.
O cheiro de jasmim que perfuma o mundo árabe não se desmanchará no ar com as ditaduras. Que não haja recuo e floresça liberdade. Nenhuma ditadura ficará imune!
Roberto Freire é presidente do PPS
FONTE: BRASIL ECONÔMICO
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