Milhares de pessoas desafiaram a proibição oficial de manifestações na capital argeliana e se reuniram no centro da cidade para exigir mudanças no regime de governo, um dia após protestos similares terem derrubado o presidente egípcio, Hosni Mubarak.
Policiais fortemente armados tentaram isolar a cidade de Argel, bloqueando ruas ao longo da rota da passeata e colocando barricadas do lado de fora da cidade para tentar impedir que ônibus lotados de manifestantes chegassem à capital. Apesar disso, milhares de pessoas foram para as ruas de Argel e entraram em confronto com a polícia.
Milhares de pessoas tomaram o centro de Argel aos gritos de "não à polícia" e "fora Bouteflika", uma referência ao mandatário argeliano, Abdelaziz Bouteflika, que está no poder desde 1999.
Ali Yahia Abdenour, que dirige a Liga Argeliana para Defesa dos Direitos Humanos, disse que 400 pessoas, dentre elas mulheres e jornalistas estrangeiros, foram presas durante as manifestações deste sábado, que acontecem um dia após uma revolta popular ter derrubado o regime autocrático do Egito. Abdenour, que tem 83 anos, foi cercado por forças de segurança, que tentaram convencê-lo a ir para casa.
A marcha surge em um momento delicado para Argélia. Uma revolta popular de 18 dias no Egito provocou a renúncia de Hosni Mubarak, semanas depois de o presidente tunisiano, Zine El Abidine Ben Ali, ter deixado o poder. O sucesso destas manifestações parece alimentar esperanças entre aqueles que buscam mudanças na Argélia, ainda que muitos temam qualquer perspectiva de violência após a guerra civil de 1990, que deixou 200 mil mortos.
Organizada pela Coordenação para Mudança Democrática na Argélia - um grupo formado por ativistas de direitos humanos, advogados, sindicalistas e outras categorias -, a marcha visa a pressionar por reformas que conduzam o país em direção à democracia.
O nível de tensão é alto no país de 35 milhões de habitantes, localizado no norte da África, desde a realização de cinco dias de protestos em janeiro contra a alta dos preços dos alimentos. Apesar de suas vastas reservas de gás, a Argélia é marcada por altos níveis de pobreza e desemprego. Alguns acreditam que o país pode ser o próximo a realizar protestos populares que já derrubaram dois líderes árabes em um mês.
De acordo com o estado de emergência, que já dura quase duas décadas no país, as manifestações são proibidas na capital, mas muitos ignoraram as advertências do governo. Um ativista disse que os protestos deste sábado são um marco.
"Esta manifestação é um sucesso porque há dez anos as pessoas não conseguem marchar por Argel e há uma certa barreira psicológica", disse Ali Rachedi, ex-presidente do partido Frente das Forças Socialistas. "O medo foi embora."
Os organizadores estimam que 28 mil integrantes das forças de segurança estavam nas ruas durante os protestos, que segundo eles atraiu 10 mil participantes. Já o governo diz que cerca de 1.500 pessoas participaram da marcha.
Said Sadi, presidente do partido opositor Reunião para Cultura e Democracia, disse que a quantidade de policiais destacados para o protesto mostra "o temor deste governo, que está em desespero". "Vamos continuar a nos manifestar e desafiar as autoridades até que caiam", prometeu Sadi.
FONTE: Associated Press.
Policiais fortemente armados tentaram isolar a cidade de Argel, bloqueando ruas ao longo da rota da passeata e colocando barricadas do lado de fora da cidade para tentar impedir que ônibus lotados de manifestantes chegassem à capital. Apesar disso, milhares de pessoas foram para as ruas de Argel e entraram em confronto com a polícia.
Milhares de pessoas tomaram o centro de Argel aos gritos de "não à polícia" e "fora Bouteflika", uma referência ao mandatário argeliano, Abdelaziz Bouteflika, que está no poder desde 1999.
Ali Yahia Abdenour, que dirige a Liga Argeliana para Defesa dos Direitos Humanos, disse que 400 pessoas, dentre elas mulheres e jornalistas estrangeiros, foram presas durante as manifestações deste sábado, que acontecem um dia após uma revolta popular ter derrubado o regime autocrático do Egito. Abdenour, que tem 83 anos, foi cercado por forças de segurança, que tentaram convencê-lo a ir para casa.
A marcha surge em um momento delicado para Argélia. Uma revolta popular de 18 dias no Egito provocou a renúncia de Hosni Mubarak, semanas depois de o presidente tunisiano, Zine El Abidine Ben Ali, ter deixado o poder. O sucesso destas manifestações parece alimentar esperanças entre aqueles que buscam mudanças na Argélia, ainda que muitos temam qualquer perspectiva de violência após a guerra civil de 1990, que deixou 200 mil mortos.
Organizada pela Coordenação para Mudança Democrática na Argélia - um grupo formado por ativistas de direitos humanos, advogados, sindicalistas e outras categorias -, a marcha visa a pressionar por reformas que conduzam o país em direção à democracia.
O nível de tensão é alto no país de 35 milhões de habitantes, localizado no norte da África, desde a realização de cinco dias de protestos em janeiro contra a alta dos preços dos alimentos. Apesar de suas vastas reservas de gás, a Argélia é marcada por altos níveis de pobreza e desemprego. Alguns acreditam que o país pode ser o próximo a realizar protestos populares que já derrubaram dois líderes árabes em um mês.
De acordo com o estado de emergência, que já dura quase duas décadas no país, as manifestações são proibidas na capital, mas muitos ignoraram as advertências do governo. Um ativista disse que os protestos deste sábado são um marco.
"Esta manifestação é um sucesso porque há dez anos as pessoas não conseguem marchar por Argel e há uma certa barreira psicológica", disse Ali Rachedi, ex-presidente do partido Frente das Forças Socialistas. "O medo foi embora."
Os organizadores estimam que 28 mil integrantes das forças de segurança estavam nas ruas durante os protestos, que segundo eles atraiu 10 mil participantes. Já o governo diz que cerca de 1.500 pessoas participaram da marcha.
Said Sadi, presidente do partido opositor Reunião para Cultura e Democracia, disse que a quantidade de policiais destacados para o protesto mostra "o temor deste governo, que está em desespero". "Vamos continuar a nos manifestar e desafiar as autoridades até que caiam", prometeu Sadi.
FONTE: Associated Press.
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