Após BC deixar claro que não vai acelerar alta dos juros, analistas pioram projeções para o IPCA para 5,82% este ano
Patrícia Duarte
BRASÍLIA. O mercado já começou a ajustar suas projeções após a publicação da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), na quinta-feira. De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central (BC), divulgada ontem e com dados coletados até sexta-feira, os economistas pioraram as contas sobre a inflação este ano, de 5,78% para 5,82% pelo IPCA, depois de tê-las reduzido na semana anterior. Para 2012, no entanto, as estimativas foram mantidas em 4,80%, embora ainda acima do centro da meta do governo, que é de 4,5%.
Por enquanto, o mercado manteve os cálculos sobre a taxa básica de juros, a Selic - hoje em 11,75% ao ano -, em 12,50% no fim de 2010, com mais uma alta de meio ponto em abril e outra de 0,25 ponto percentual em junho, quando o Copom volta a se reunir. Para 2012, as projeções continuaram em 11,25%.
Mas esses números podem mudar, porque a ata do Copom deixou claro que o BC não deve acelerar o passo da política monetária por meio de novas doses de juros, mas sim com outras medidas macroprudenciais. Em dezembro passado, por exemplo, o BC encareceu e limitou o crédito de longo prazo voltado para consumo de bens duráveis, o que ajuda a reduzir a demanda e, consequentemente, a pressão sobre os preços.
Especialistas já esperam só mais uma elevação da Selic
Por isso, já existem especialistas que preveem apenas mais uma alta de 0,5 ponto na taxa, em abril, repetindo os movimentos de janeiro e de março. Para o economista do banco Santander Cristiano Souza, ainda há uma série de pressões sobre a inflação, como alimentos e demanda aquecida. Assim, estima que o IPCA, deste e do próximo ano, deverá ficar na casa de 6%, com base nos sinais emitidos pelo BC para a condução da política monetária.
- A inflação somente voltará a convergir para o centro da meta em 2013 - afirmou Souza.
O BC, no entanto, avalia que os preços continuarão elevados, com o IPCA girando perto de 6% até o terceiro trimestre deste ano. A partir daí, a inflação começa a perder força e volta a caminhar para o objetivo central de 4,5%. Isso porque a autoridade monetária entende que os efeitos das medidas já tomadas - que começaram em meados de 2010, com a alta acumulada de dois pontos percentuais da Selic - já estarão totalmente incorporados.
Mercado espera expansão menor do país em 2012
Ainda pela pesquisa Focus de ontem, o mercado projeta que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) este ano será de 4,10%, abaixo dos 4,29% vistos até então. E, pela primeira vez em 51 semanas, o mercado reduziu suas contas sobre a atividade econômica em 2012: passou de uma expansão de 4,50% para 4,45%.
Ontem, o presidente do BC, Alexandre Tombini, teve os encontros bimestrais com economistas, em São Paulo, e falou muito pouco. Ouviu cenários diversos, mas quase não se discutiu questões fiscais, segundo relatos de participantes. Alguns criticaram, mesmo que de forma velada, a posição do BC sobre a política monetária, de ajuste paulatino.
FONTE: O GLOBO
Patrícia Duarte
BRASÍLIA. O mercado já começou a ajustar suas projeções após a publicação da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), na quinta-feira. De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central (BC), divulgada ontem e com dados coletados até sexta-feira, os economistas pioraram as contas sobre a inflação este ano, de 5,78% para 5,82% pelo IPCA, depois de tê-las reduzido na semana anterior. Para 2012, no entanto, as estimativas foram mantidas em 4,80%, embora ainda acima do centro da meta do governo, que é de 4,5%.
Por enquanto, o mercado manteve os cálculos sobre a taxa básica de juros, a Selic - hoje em 11,75% ao ano -, em 12,50% no fim de 2010, com mais uma alta de meio ponto em abril e outra de 0,25 ponto percentual em junho, quando o Copom volta a se reunir. Para 2012, as projeções continuaram em 11,25%.
Mas esses números podem mudar, porque a ata do Copom deixou claro que o BC não deve acelerar o passo da política monetária por meio de novas doses de juros, mas sim com outras medidas macroprudenciais. Em dezembro passado, por exemplo, o BC encareceu e limitou o crédito de longo prazo voltado para consumo de bens duráveis, o que ajuda a reduzir a demanda e, consequentemente, a pressão sobre os preços.
Especialistas já esperam só mais uma elevação da Selic
Por isso, já existem especialistas que preveem apenas mais uma alta de 0,5 ponto na taxa, em abril, repetindo os movimentos de janeiro e de março. Para o economista do banco Santander Cristiano Souza, ainda há uma série de pressões sobre a inflação, como alimentos e demanda aquecida. Assim, estima que o IPCA, deste e do próximo ano, deverá ficar na casa de 6%, com base nos sinais emitidos pelo BC para a condução da política monetária.
- A inflação somente voltará a convergir para o centro da meta em 2013 - afirmou Souza.
O BC, no entanto, avalia que os preços continuarão elevados, com o IPCA girando perto de 6% até o terceiro trimestre deste ano. A partir daí, a inflação começa a perder força e volta a caminhar para o objetivo central de 4,5%. Isso porque a autoridade monetária entende que os efeitos das medidas já tomadas - que começaram em meados de 2010, com a alta acumulada de dois pontos percentuais da Selic - já estarão totalmente incorporados.
Mercado espera expansão menor do país em 2012
Ainda pela pesquisa Focus de ontem, o mercado projeta que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) este ano será de 4,10%, abaixo dos 4,29% vistos até então. E, pela primeira vez em 51 semanas, o mercado reduziu suas contas sobre a atividade econômica em 2012: passou de uma expansão de 4,50% para 4,45%.
Ontem, o presidente do BC, Alexandre Tombini, teve os encontros bimestrais com economistas, em São Paulo, e falou muito pouco. Ouviu cenários diversos, mas quase não se discutiu questões fiscais, segundo relatos de participantes. Alguns criticaram, mesmo que de forma velada, a posição do BC sobre a política monetária, de ajuste paulatino.
FONTE: O GLOBO
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