“Partidos de extração moderna, como o PSDB e o PT, originariamente contestadores do patrimonialismo e de suas práticas a fim de realizar suas aspirações de poder, se associam à personagens do atraso político e social em nome de ampliar suas coalizões e da governabilidade. Nessa batida, o pragmatismo arrisca se desprender dos limites de uma ética de responsabilidade para se acanhar em uma política que sequer cogita da sua justificação, uma vez que adotou como seu o rumo que lhe é indicado pelo regime dos ventos. Sem a animação que os partidos poderiam emprestar à política, afora a cenografia dedicada à contemplação dos que se encontram à margem dos círculos do poder, ela se curva, diante de uma sociedade imobilizada politicamente, ao domínio da razão tecnocrática e ao pragmatismo instrumental.”
WERNECK VIANNA, Luiz. A política e seus sinais. Valor Econômico, 14/3/2011.
WERNECK VIANNA, Luiz. A política e seus sinais. Valor Econômico, 14/3/2011.
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