Adriana Vasconcelos e Germano Oliveira
BRASÍLIA e SÃO PAULO. Sem conseguir fechar um acordo até o início da noite de ontem sobre o espaço que o ex-governador José Serra teria na estrutura do partido, o PSDB corre o risco de abrir hoje sua convenção nacional com suas principais estrelas em pé de guerra. O motivo principal da discórdia continuava sendo a presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV), cargo que, sob o patrocínio do senador mineiro Aécio Neves, já havia sido oferecido ao ex-senador Tasso Jereissati (CE) pela bancada tucana do Senado, mas é pleiteado também por Serra.
Diante do impasse, Serra e aliados ameaçaram boicotar a convenção, que deverá reeleger o deputado Sérgio Guerra (PE) como presidente nacional. Mas, ontem, o clima entre os tucanos era de apreensão.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso passou a tarde em conversas com Serra. No início da noite, ao fim de uma reunião no apartamento do ex-presidente, ele disse a Serra que estava muito difícil impedir que Tasso fosse o indicado ao cargo ao final da convenção nacional em Brasília. Segundo uma fonte tucana em São Paulo, FH disse que Serra precisava "dar um tempo", ficando afastado dos cargos de direção da sigla, pois sua derrota na disputa pela Presidência é muito recente.
O governador Geraldo Alckmin (SP) só entrou em campo à noite. Coube aos dois oferecer a Serra a presidência do Conselho Político, que deverá ser criado pela nova executiva.
Na terça-feira, em entrevista ao site "iG", FH já deixou clara sua posição: "Não é hora de discutir a sucessão presidencial". Segundo ele, Aécio tem "posição de vantagem" sobre Serra. Porém, o PSDB precisaria primeiro pensar nas eleições municipais de 2012, para as quais o PT já começa a se articular.
FONTE: O GLOBO
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