Documento detalhado dos peemedebistas sobre o tema será divulgado em dezembro, quando ocorre o congresso da sigla
Maria Lima, Gerson Camarotti e André de Souza
BRASÍLIA. Os mais de quatro mil líderes, dirigentes e militantes do PMDB que participaram ontem, em Brasília, do fórum nacional do partido ouviram discursos e apelos inflamados dos caciques peemedebistas para iniciar uma grande ofensiva no campo eleitoral, rumo a 2012, para que em 2014 seja possível um embate maior com o PT. O PMDB também fez um contraponto com os petistas, ao incluir no documento final, com 15 bandeiras para as eleições, um item para "garantir a liberdade de imprensa, que é luta nossa desde a criação do MDB".
No congresso do PT realizado há duas semanas, uma das decisões foi a de iniciar uma grande campanha nacional pela aprovação de um marco regulatório para os meios de comunicação. O PMDB foi no rumo oposto, como frisou o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO). O tema será debatido com todas as instâncias do partido até dezembro, quando ocorrerá o congresso nacional do PMDB para fechar um documento mais detalhado.
- O PMDB é contra qualquer medida que traga risco de controle de mídia. Defendemos o que já manda a Constituição. Somos a favor da ampla liberdade de imprensa. Em dezembro, vamos aprovar um documento com os tópicos mais completos - explicou Raupp.
Tendo a presidente Dilma Rousseff como convidada especial do evento, os dirigentes do PMDB tentaram mobilizar as bases do partido para os próximos embates eleitorais. Antes da chegada de Dilma, Raupp disse no discurso:
- Vamos lutar em 2012 para continuar tendo o maior número de prefeitos e vereadores. E, depois, ter o maior número de deputados. E, quiçá, ter candidatura própria para a Presidência da República.
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), foi um dos mais veementes:
- Somos desse partido que não tem medo nem das tempestades, nem dos furacões, de cara feia, ameaças ou constrangimentos, porque não nascemos ontem.
Sarney: "o mais brasileiro de todos os partidos"
O presidente do Senado, José Sarney (AP), disse que o PMDB é o mais brasileiro de todos os partidos, pois não concentra sua hegemonia numa região:
- É o mais brasileiro de todos os partidos que temos. Porque o PMDB não tem regiões concentradas. Não é um partido do Sul, não é um partido do Norte, não é um partido do Oeste.
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), reforçou o discurso de Dilma, que classificou o PMDB como parceiro fundamental:
- Mais do que colaborar, como a presidente Dilma disse, o PMDB foi um aliado importante. O PMDB se mistura e se confunde com a sociedade brasileira, por isso consegue se manter como maior partido do Brasil.
Afônico, o vice-presidente Michel Temer sussurrava no microfone, mas, de repente, começou a gritar com a voz mais clara:
- Que possamos continuar fortes e unidos como estamos agora. Porque fortes e unidos em 2012 podemos colaborar com o governo de que participamos.
FONTE: O GLOBO
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