Funcionários do Atlântico Sul reivindicam melhores salários e condições de trabalho
Fabio Guibu
RECIFE -Um protesto realizado ontem por cerca de 2.000 trabalhadores do complexo industrial e portuário de Suape (a 60 km de Recife, PE) resultou em confrontos, depredação e prisões.
Os manifestantes são funcionários do Estaleiro Atlntico Sul e reivindicavam melhores salários e condições de trabalho. O grupo bloqueou as duas principais vias de acesso interno do complexo às 6h30 e, em seguida, ateou fogo em barricadas, segundo a Polícia Militar.
Bombeiros e policiais foram ao local, mas os trabalhadores se recusaram a sair. Alguns ainda jogaram seus uniformes na fogueira. No começo da tarde, 40 ônibus usados para o transporte dos próprios manifestantes começaram a ser depredados com pedras e pedaços de pau.
Um dos veículos foi incendiado, e a tropa de choque da PM interveio. Segundo o coordenador de segurança de Suape, tenente-coronel Sóstenes Maia, houve confronto com os trabalhadores, e 12 pessoas foram presas. Ninguém se feriu, segundo ele.
"Foi um ato totalmente irresponsável", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco, Alberto Santos, sobre a manifestação. De acordo com ele, a entidade não participou nem apoiou o protesto. O sindicato e o estaleiro deveriam assinar nos próximos dias um acordo trabalhista, mas o conflito pode levar a negociação à estaca zero.
O acordo previa benefícios específicos para os funcionários do estaleiro, como a isonomia salarial entre trabalhadores com a mesma função. O reajuste seria o mesmo a ser concedido a todos os metalúrgicos do Estado, ainda em negociação. O estaleiro informou, por meio de sua assessoria, que não reabrirá nesta sexta-feira e que suspendeu as atividades por "tempo indeterminado".
Em comunicado, a empresa, que emprega cerca de dez mil pessoas, disse que a medida visa "garantir a integridade física de seus trabalhadores e evitar transtornos à população".
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário