Paralisação dos bancários entra na terceira semana sem sinal de acordo
Geralda Doca, Wagner Gomes e Henrique Gomes Batista
BRASÍLIA, SÃO PAULO e RIO. Terminou sem acordo a terceira tentativa de conciliação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para acabar com a paralisação dos funcionários dos Correios. O ponto da discórdia continua sendo o abono dos dias parados, defendido ontem pelo comando de greve e recusado pela estatal. Diante do impasse, o dissídio coletivo será julgado hoje.
Já a greve dos bancários entra na terceira semana sem sinal de retomada de negociação entre sindicatos e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O comando nacional dos bancários vai se reunir hoje em São Paulo.
Segundo interlocutores, a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) tentava ontem um acordo de última hora para evitar o julgamento do TST - que pode frustrar os anseios dos trabalhadores.
Representantes dos Correios disseram que a empresa já tinha aceitado as duas propostas feitas pelo TST e que fracassaram. A primeira foi aprovada pela Fentect, mas rejeitada pelos 35 sindicatos da categoria. A segunda foi recusada pelo comando de greve na sexta-feira.
Ontem, as assembleias de trabalhadores em Rio, São Paulo e Brasília recusaram as tentativas de acordo apresentadas. No entanto, representantes dos Correios e do comando de greve, além do ministro relator do processo, Maurício Delgado, disseram que estão prontos para entendimento até as 16h, quando começa o julgamento.
A proposta recusada pela Fentect na sexta-feira prevê desconto de seis dias parados entre janeiro e dezembro de 2012 e compensação dos demais aos sábados e domingos até maio; reposição da inflação de 6,87%, reajuste linear de R$60 a partir de janeiro e abono de R$800.
A greve completa 28 dias hoje e provocou o atraso na entrega de 173 milhões de correspondências e encomendas. Em nota, a estatal garantiu novamente que tudo dará certo para o Enem.
Já a paralisação dos bancários entra hoje em sua terceira semana. Segundo a Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), pararam ontem 9.090 agências e vários centros administrativos de bancos públicos e privados.
Petrobras apresentará proposta a petroleiros dia 17
O comando nacional dos bancários vai se reunir hoje em São Paulo para definir o rumo da greve. Segundo a Contraf, essa já é a maior da categoria nos últimos 20 anos e caminha para se tornar a mais longa - a de 2010 durou 15 dias. Os trabalhadores reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5%).
E embora os representantes dos petroleiros afirmem que vão esperar a proposta da Petrobras no dia 17, sindicatos da categoria começam a planejar uma greve do setor, que deve ser deflagrada depois do dia 21. Líderes sindicais não estão esperançosos: eles pendem reajuste de 17,23% -- IPCA mais 10% de aumento real -, mas a Petrobras e o governo sinalizam que vão apenas repor a inflação, o que já está no contracheque da categoria.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou por meio de sua assessoria que a maior parte dos 12 sindicatos que a integram já aprovaram indicativos de estado de greve. Por causa disso, a entidade organiza hoje, no Rio, seminário nacional de preparação de greve. O objetivo é discutir formas mais modernas de paralisação, para que sejam efetivas. Nas últimas greves, por causa de ações da Petrobras contra o movimento e de regras para garantir o abastecimento mínimo da população, elas foram pouco sentidas.
FONTE: O GLOBO
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