A Caixa, diz seu slogan, é um banco que acredita nas pessoas. Mas, nos últimos dias, tem feito um esforço enorme para que as pessoas não tenham nela a mesma confiança. Motivo: sua diretoria está em pé de guerra.
Isso mesmo. A Caixa, vital para o financiamento habitacional brasileiro, com milhares de poupadores fiéis ao banco criado em 1861, virou palco de uma briga política.
Diretores petistas e peemedebistas partiram para o confronto interno por conta do destino de verbas do FGTS, fundo dos trabalhadores administrado pela Caixa.
Não estranhe, caro leitor, são realmente diretores petistas e peemedebistas, alojados no comando do banco por conta da partilha de cargos para atender o apetite da base aliada da presidente. Não são sequer técnicos indicados por políticos.
Sinceramente, deveria haver pelo menos limites para o fisiologismo político, praga que deveria ser erradicada da cultura brasileira.
Bancos públicos, por exemplo, deveriam ser blindados contra a ingerência política. Nossa história recente mostra como essas instituições sofreram sob o controle de partidos, pondo em risco o dinheiro de correntistas e poupadores.
A farra não acontece apenas na Caixa. Repete-se no Banco do Brasil e em outros bancos federais, cujas diretorias são disputadas pelos aliados de Dilma. Como também acontecia no governo Lula, no governo FHC, no de Collor e por aí vai.
A petista bem que poderia aproveitar sua prometida reforma ministerial para alterar o modelo herdado do seu mentor. Vontade, tenha certeza, ela tem. Tanto que tentou resistir à indicação do peemedebista Geddel Vieira Lima para a Caixa. Cedeu diante das pressões do PMDB.
O fato é que Dilma perdeu o melhor momento para conter o apetite de aliados. Deveria tê-lo feito logo na largada, reduzindo o número de ministérios e de cargos. Agora, dificilmente terá condições de fazê-lo.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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