Previsão anterior era de 3,8%; em 2012, o "consumo doméstico deve sustentar o PIB"
Lu Aiko Otta, Renata Veríssimo
BRASÍLIA - O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá crescer apenas 2,8% este ano, segundo estimativas divulgadas ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O "tombo" do PIB no terceiro trimestre de 2011, com expansão zero, fez com que a entidade cortasse sua previsão anterior - de um aumento de 3,8%.
Para 2012, a perspectiva é que as coisas não melhorem muito, com um crescimento de modestos 3% - bem abaixo dos 5% pretendidos pelo governo. O motor seguirá sendo o consumo das famílias. No entanto, é esperada uma perda de dinamismo no mercado de trabalho, dado o baixo nível dos investimentos.
A atividade industrial, que tem sido a mais prejudicada pela conjuntura econômica, deverá fechar 2011 com um crescimento de 1,8%, ante uma previsão de 3,2%. Em 2012, a taxa de expansão ficará em 2,3%, estima a CNI.
"Não esperávamos uma queda tão grande", disse o presidente da entidade, Robson Andrade. Ele explicou que o setor foi surpreendido por medidas de impacto negativo, como a alta dos juros e o dólar muito barato na primeira metade do ano. "Para 2012 deve melhorar um pouco, a indústria vai crescer perto de 3%, mas isso ainda é baixo porque a expectativa era crescer 5%." Ele acrescentou que o ideal para a indústria seria uma taxa de câmbio na casa dos R$ 2,10.
Desonerações. "Nossa proposta para 2012 é trabalhar na desoneração de diversos setores, principalmente investimentos", disse Andrade. Ele defende que o corte de tributos, que já beneficia os fabricantes de eletrodomésticos da linha branca, seja estendido a outras áreas , como bens de capital, de eletroeletrônicos, têxtil e moveleiro.
Além disso, a CNI pretende pressionar os Estados para reduzir o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre investimentos. Hoje o empresário leva 48 meses para ser ressarcido do tributo que vem embutido na compra de uma máquina, por exemplo.
Andrade reclamou da lentidão com que o governo vem implementando medidas já anunciadas, como as do programa Brasil Maior. O Reintegra, que promete devolver aos exportadores até 3% dos impostos, foi anunciado em agosto e só regulamentado em dezembro. É um tempo de que a indústria não dispõe, afirmou o presidente da CNI.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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