Vandson Lima
SÃO PAULO - Foi instalada ontem na Assembleia Legislativa de São Paulo a versão paulista da Comissão da Verdade, que investigará mortes e desaparecimentos de pessoas ocorridos no Estado entre os anos de 1964 a 1982.
A cerimônia contou com as presenças de parentes das vítimas, do procurador da República Marlon Weichert e do ex-ministro da secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi. A sessão foi dedicada a Rubens Paiva, deputado federal que teve o mandato cassado pela ditadura militar em 1964 e, desde 1971, faz parte da lista dos mortos e desaparecidos políticos. Foi exibido um curto documentário sobre ele, feito pelo pesquisador Vladimir Sacchetta e com participações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e Almino Affonso, ex-ministro do governo João Goulart.
A Comissão da Verdade paulista será presidida pelo deputado estadual Adriano Diogo (PT). Também a compõem os deputados Marcos Zerbini (PSDB), André Soares (DEM), Ed Thomas (PSB) e Ulysses Tassinari (PV).
Ao Valor, Diogo relatou que a comissão paulista pretende trabalhar de forma totalmente subordinada à comissão nacional. A primeira medida será a solicitação ao Ministério da Justiça e à Secretaria de Patrimônio da União de que o antigo prédio da 2ª Circunscrição Judiciária Militar seja usado como local para os trabalhos. "Temos que ter estrutura para uma comissão dessas, algum convênio com universidades, um lugar para receber documentos e guardá-los, além de funcionários", alegou.
Diogo elogiou o empenho do presidente da Assembleia, Barros Munhoz (PSDB), em conseguir recursos para a comissão.
FONTE: VALOR ECONÔMICO
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