Em pé de guerra com governo desde que foi demitido dos Transportes, Alfredo Nascimento negocia com tucanos
Réu no processo do mensalão, Valdemar Costa Neto também mantém conversas com PSDB para apoio do PR
Daniela Lima
SÃO PAULO - Aliados do ex-governador José Serra (PSDB) procuraram o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), e o secretário-geral da sigla, deputado Valdemar Costa Neto (SP), para negociar uma aliança na eleição à Prefeitura de São Paulo.
Nascimento é hoje o principal entusiasta da coligação com Serra e tem pressionado líderes locais da sigla a ampliar a aproximação com os tucanos e seus aliados.
Ex-ministro dos Transportes, Nascimento está em pé de guerra com o governo federal e a presidente Dilma Rousseff (PT) desde que foi obrigado a deixar a pasta após acusações de corrupção, em julho do ano passado.
Já Valdemar Costa Neto, réu no processo do mensalão, é um dos principais operadores do PR. Ele tem mantido conversas com o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), um dos principais interlocutores de Serra.
O próprio ex-governador tem acompanhado as negociações. Na linha de frente da condução das conversas com a cúpula nacional do PR está, além de Aloysio, o prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Parceria
O prefeito tem atuado com mais veemência entre os líderes locais do PR -hoje sem cargos na prefeitura-, acenando com postos na administração municipal.
A sigla apoiou o PT em São Paulo nas eleições de 2010 e elegeu o vereador Antonio Carlos Rodrigues, um dos principais nomes do PR na capital, suplente da senadora Marta Suplicy.
Durante os últimos anos, Rodrigues liderou um grupo de vereadores na Câmara, o chamado centrão, e causou dor de cabeça em Kassab nos bastidores e em votações de interesse do prefeito.
A aliados o vereador não nega a ação da cúpula do PR em São Paulo, mas diz que pretende replicar a parceria este ano e apoiar o petista Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo.
Para atraí-lo, no entanto, Kassab acena com uma nomeação para conselheiro do Tribunal de Contas do Município, cargo vitalício no qual o vereador está de olho desde o ano passado.
No fim de fevereiro, quando o PR deu um ultimato pela retomada do Ministério dos Transportes, Nascimento indicou que poderia trabalhar por uma aliança com José Serra para pressionar o PT e a presidente Dilma.
"Se não somos governo, temos que fortalecer o partido nas bases, nos municípios. Aí, a careca do Serra é linda", disse o ex-ministro do governo Dilma na ocasião.
Para fortalecer a chapa de Serra, o PSDB trabalha ainda para oficializar os apoios de PP e PV e fechar com o DEM.
FOLHA DE S. PAULO
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