Trabalhadores mantêm greve em meio às negociações de reajuste salarial
Danilo Fariello
BRASÍLIA. As obras das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, continuarão paradas. No caso de Santo Antônio, os trabalhadores decidiram, em assembleia, manter a greve que já dura uma semana. Em Jirau, onde as obras estão paradas há 19 dias, os operários decidiram fazer nova votação, secreta. Até lá, permanecerão parados.
Os consórcios responsáveis pelas obras pediram ao governo de Rondônia que mobilize a Força Nacional de Segurança Pública para acompanhar as assembleias e a retomada dos trabalhos, mas o governo federal entende que não é o caso de elevar o contingente, de cerca de 25 oficiais.
Em 2011, durante negociações salariais, uma revolta se instalou no canteiro de Jirau. Mas, segundo relatos, as negociações deste ano têm sido pacíficas.
Em Santo Antônio, a assembleia com cerca de cinco mil trabalhadores foi feita sem registro de conflitos. Uma audiência de conciliação está marcada para hoje no Tribunal Regional do Trabalho de Rondônia.
Com base em decisões da Justiça, que considera a greve ilegal, a Enesa - que atua no canteiro de Jirau - suspendeu o pagamento do vale, indicando que pode descontar dos salários os dias parados. O consórcio construtor de Santo Antônio tem decisão judicial que permite não pagar salários enquanto a greve persistir, mas tal decisão ainda não foi tomada.
Para o governo, o período de greve ainda não ameaça os prazos de conclusão das obras. Jirau, com potência de 3.750 megawatts (MW), deve entrar em operação em janeiro, e Santo Antônio, com 3.150 MW, em abril. Ambas integram o PAC e previsão de conclusão em 2016.
A proximidade do início das operações de Santo Antônio gerou problemas inesperados à população do bairro de Triângulo, na jusante (para onde correm as águas) do Rio Madeira. Com o reservatório pronto e a chegada do período de cheias, 140 famílias foram surpreendidas pelo aumento da corrente. Segundo a Santo Antônio Energia, cerca de 600 pessoas foram realojadas, conforme Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o MP local.
FONTE: O GLOBO
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