SÃO PAULO - A deflagração de protestos simultâneos contra ex-agentes da ditadura surpreendeu e dividiu as opiniões de militantes da área de direitos humanos.
Ivo Herzog, diretor do Instituto Vladimir Herzog, criticou o método utilizado pelos estudantes.
"Sou contra esse tipo de protesto. Quem tem que dizer quem torturou é o poder público. A sociedade deve se manifestar, mas pichar a calçada das pessoas é vandalismo", disse.
Rose Nogueira, do Tortura Nunca Mais, elogiou a iniciativa. "Nós, os militantes tradicionais desta área, já estamos todos com mais de 60 anos. A juventude também tem o direito de protestar e saber o que aconteceu no país."
O deputado estadual Adriano Diogo (PT), que preside a Comissão da Verdade da Assembleia paulista, afirmou que a mobilização é positiva.
"Não sou adepto de provocação ou vingança, mas acho que isso faz parte. O importante é que a história deste período começa a ser contada, seja por linhas tortas ou oficiais."
Também pela internet, outro grupo prepara manifestação na quinta contra o seminário "64 -A verdade", que vai lembrar os 48 anos do golpe militar, no Clube Militar do Rio.
A página do ato no Facebook pede que manifestantes compareçam de pijama, em provocação aos oficiais aposentados que participaram do regime. A promessa é de um protesto bem humorado.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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