Cúpula da equipe terá como articuladores Edson Aparecido, Andrea Matarazzo e Guilherme Afif
Julia Duailibi e Bruno Boghossian
SÃO PAULO - Integrantes do governo de São Paulo e aliados do prefeito da capital vão embarcar na campanha de José Serra (PSDB) na eleição municipal. Secretários do governo de Geraldo Alckmin devem deixar suas funções a partir das próximas semanas para atuar na cúpula da equipe de Serra e o próprio prefeito Gilberto Kassab (PSD) já admite que vai trabalhar abertamente a favor da candidatura de seu aliado.
Os três principais integrantes da coordenação de campanha de Serra virão do Palácio dos Bandeirantes: o vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD), indicado por Kassab; o secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido; e o secretário de Cultura, Andrea Matarazzo.
Nomes dos secretariados de Alckmin e Kassab deixarão seus cargos para evitar acusações de uso da máquina pública na campanha. Nos bastidores, PSDB e PT já trabalham com a perspectiva de uma guerra de máquinas na capital paulista: o Estado e a Prefeitura a favor de Serra e o governo federal em prol de Fernando Haddad, ex-ministro. Em seu discurso após a vitória na prévia do PSDB, no domingo, Serra atacou o “uso da máquina pública para servir aos interesses de um partido”, numa referência indireta ao PT e governo federal.
Com uma palestra sobre economia agendada para amanhã, na Espanha, Serra vai atrasar as costuras para coligações. As articulações, por ora, ficarão nas mãos do “quarteto de ouro”, liderado por Alckmin e Kassab, e com a participação do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e do ex-governador Alberto Goldman. Com o PSD de Kassab garantido, a ordem é buscar os parceiros tradicionais como o DEM e o PPS e apressar acordos com o PV e o PP.
O principal elo entre a campanha de Serra e o governo do Estado será Edson Aparecido, que é um dos principais articuladores políticos de Alckmin e vai atuar no comando da equipe tucana na eleição. Ele pretende deixar o governo em junho.
Grande aliado de Serra e cotado para vice na chapa caso o PSDB opte pelo formato puro-sangue, Matarazzo também deixará a pasta da Cultura no próximo mês.
Nos próximos dias, ele deve conversar com Alckmin para definir a data de sua saída e ajudar na indicação de seu substituto.
O vice-governador Guilherme Afif Domingos irá para a campanha de Serra, mas não deixará o cargo. Próximo ao ex-governador tucano, Afif vai compor a cota de Kassab na coordenação da equipe. Afif era o nome mais cotado pelo PSD para disputar a Prefeitura caso optasse pela candidatura própria. Ele coordenou na capital a campanha de Alckmin ao governo em 2010.
Composição. Aliados de Serra defendem que ele chame o mais rápido possível os derrotados na prévia - José Aníbal e Ricardo Tripoli - para uma composição. Sugerem ainda a criação de um conselho político para dar espaço a todos que queiram colaborar. O secretário Bruno Covas (Meio Ambiente), que desistiu da prévia em favor de Serra, será convidado a integrar o grupo. Afinado com Alckmin, ele deve ser uma das pontes com a juventude do PSDB, com quem Serra chegou a brigar no ano passado.
Cotados para trabalhar com a articulação política e a formação de alianças estão também os secretários Silvio Torres (Habitação) e Sidney Beraldo (Casa Civil). Ainda não está definido se eles deixarão suas funções.
Na tesouraria, Serra deve ter Marcos Monteiro, seu ex-secretário adjunto de Gestão Pública, e Luís Sobral, que atuou também na campanha presidencial de 2010. Outros dois colaboradores de campanhas de Serra, Ronaldo Cezar Coelho e Márcio Fortes não devem ter função oficial, embora colaborem com a captação de recursos e com a interlocução com financiadores.
Colaboraram Felipe Frazão e Christiane Samarco
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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