Tucano repetiu promessa de que, se eleito prefeito de SP, cumprirá todo o mandato e ficará fora das eleições em 2014
Silvia Amorim
SÃO PAULO. O ex-governador José Serra (PSDB) afirmou ontem que, apesar de ter decidido disputar a prefeitura de São Paulo, não enterrou o projeto de concorrer, pela terceira vez, à Presidência da República. Mas disse que, ao menos até 2016, esse sonho ficará "adormecido". E garantiu que, se eleito, cumprirá os quatro anos de mandato à frente da prefeitura.
Em 2006, mesmo após ter assinado documento, registrado em cartório em 2004, prometendo não abandonar a prefeitura antes do fim da gestão, Serra deixou o posto, dois anos após assumi-lo, para concorrer ao governo paulista. Depois, em abril de 2010, deixou o governo de São Paulo para disputar a Presidência da República. O episódio é assunto preferencial no discurso dos adversários neste ano.
- Eu sei que essa questão vai ser muito posta, principalmente pelos adversários, mas essa é minha decisão. Eu tenho muito claro que esse será um ponto importante. Eu vou cumprir os quatro anos. É mais do que promessa - declarou Serra, em sua primeira entrevista após entrar na corrida eleitoral em São Paulo.
A menos de um mês do seu aniversário de 70 anos e bem-humorado, o tucano disse estar em boa forma física e que ainda tem muito tempo para tentar chegar à Presidência da República. No auditório montado na sede do partido em São Paulo para o pronunciamento de Serra, outdoors da campanha dele em 2010 - e fixados ali desde então - ocupavam uma das paredes laterais.
- Não é a primeira vez na vida que eu tomo um outro rumo. Agora, quanto ao sonho (de disputar a Presidência da República), ele pode permanecer. Pelo menos até 2016 esse sonho está adormecido. A decisão que eu tomei agora implica não ser candidato em 2014 .
O discurso sinalizaria, em tese, caminho aberto para a escolha do senador Aécio Neves como candidato do partido em 2014. Mas Serra deixou claro que não considera hoje o mineiro como o nome natural.
- Há outros candidatos, o Marconi Perillo, o Álvaro Dias, o Aloysio Nunes e até o Geraldo Alckmin. Mas, sem dúvida, ele (Aécio) é um dos nomes.
Apesar de liderar as pesquisas de intenção de voto, Serra admitiu que a eleição em São Paulo será muito difícil por estarem em jogo interesses de várias "forças políticas". Ele evitou comentar a influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff no pleito e disse estar mais interessado em debater temas locais.
FONTE: O GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário