quinta-feira, 1 de março de 2012

Para ajudar Haddad, troca na Esplanada

Inclusão de Marcelo Crivella (PRB) deve incluir desistência da sigla em SP

BRASÍLIA - Ainda que tenha ficado imune à maré de denúncias de corrupção que atingiu o governo Dilma Rousseff vitimando sete ministros, o Ministério da Pesca caminha para ser um campeão de trocas. Supostamente fruto de um arranjo político relacionado à eleição para prefeito de São Paulo, a dança das cadeiras derrubou o ministro Luiz Sérgio (PT-RJ) – que sucedera Ideli Salvatti (PT-SC) – para acomodar o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ).

Assim como Luiz Sérgio e Ideli, Crivella não tem relação com a cadeia pesqueira. O Planalto nega, mas o objetivo de Dilma Rousseff ao escolher o senador fluminense seria facilitar a vida do ex-ministro Fernando Haddad (PT). Com a candidatura do ex-governador José Serra (PSDB) a prefeito de São Paulo, pode ser crucial para o sucesso petista a saída de Celso Russomano (PRB) do páreo. Russomano nega que vá sair e Crivella, por sua vez, que o convite tenha ocorrido para impulsionar Haddad.

PT do Rio não sabia que perderia vaga na Esplanada

Outra boa razão para incluir o senador no primeiro escalão é a identificação dele com a bancada evangélica. Ainda que não seja reconhecido como líder por outros integrantes do grupo, a inclusão de Crivella distensiona o diálogo entre o Planalto e os religiosos, em pé de guerra com Dilma desde que a Presidência colocou a feminista Eleonora Menicucci na Secretaria de Políticas para Mulheres. De quebra, a presidente incorpora outra legenda aliada ao emaranhado de poder da Esplanada. O partido tem um senador e 10 deputados.

– Dilma usou de toda sua genialidade política para abrigar um partido por afinidade – afirmou Crivella.

O novo troca-troca na Pesca surpreendeu até o PT do Rio. Mesmo pisando em ovos para não constranger um aliado de peso como Crivella, os petistas fluminenses não esconderam a frustração.

– Me surpreendeu isso, não esperava. Viram a notícia na internet, na sede do partido, e me avisaram – afirmou o presidente do PT-RJ, Jorge Florêncio.

Em seguida, ele completou:

– Foi uma surpresa desagradável. Podiam ter nos informado antes, pelo menos.

FONTE: ZERO HORA (RS)

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