A presidente Dilma homenageou os produtores de cana e negou que desmatem ou usem mão de obra escrava.
Em 2007, Lula chamou os usineiros de heróis.
Dilma nega que etanol desmate a Amazônia
Presidente repete elogios de Lula a usineiros e rebate acusações de europeus
Júnia Gama
Em solenidade de outorga do selo de boas práticas a 169 empresas do setor sucroalcooleiro, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que são infundadas as acusações — especialmente de países europeus — de que a produção de etanol no Brasil provoca desmatamento na Amazônia e utiliza trabalho escravo.
— Durante muito tempo, o etanol brasileiro foi acusado de desmatar a Amazônia e utilizar trabalho escravo. Sabíamos que esse processo decorria de práticas, eu diria assim, fraudulentas de competição. A forma de diminuir a importância do etanol como uma alternativa ao uso de combustíveis fósseis foi, justamente, colocar esses dois problemas: um social e um ambiental — afirmou Dilma, lembrando que, quando o Brasil intensificou a produção do etanol, a FAO, organização da ONU para alimentos, declarou que o uso de alimentos para produzir combustíveis seria uma ameaça ao combate à fome.
Em 2007, ao falar sobre o interesse mundial pelo etanol brasileiro, o ex-presidente Lula exaltou os usineiros:
— Os usineiros, que até dez anos atrás eram tidos como bandidos do agronegócio deste país, estão virando heróis nacionais e mundiais.
A presidente disse que o zoneamento agroecológico realizado no governo Lula foi uma maneira de deixar claro que a primeira acusação (de que a produção de etanol desmatava a Amazônia) era infundada:
— Mesmo quando a gente dizia que a produção de etanol no Brasil distava da Amazônia assim como Portugal distava de Moscou, havia, por parte da imprensa internacional, uma tentativa de não entender essa distância geográfica. Então, o zoneamento agroecológico, além de nos beneficiar porque definia áreas de produção, era um instrumento contrário à acusação.
Dilma destacou que o fato de a matriz energética brasileira ser mais renovável que a média internacional se deve, especialmente, ao etanol:
— Nesse mês da Rio+20, é importante celebrar este selo.
FONTE: O GLOBO
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