Candidatos do PMDB, PV e PTB mandam recado ao prefeito: vão evitar confrontos entre si para concentrar críticas na atual administração. Convenções partidárias vão definir hoje os nomes de quem concorrerá à Prefeitura de Belo Horizonte.
Um por todos, todos por um
Candidatos do PV, PMDB e PTB avisam que estarão juntos na campanha contra Marcio Lacerda, para tentar levar a disputa para o segundo turno, e rebatem versões de que poderiam desistir
Isabella Souto e Alessandra Mello
A uma semana do início oficial da campanha em Belo Horizonte, já começou a guerra entre os candidatos a prefeito. Uma amostra de como deve ser o tom dos ataques foi dado no penúltimo dia de convenções partidárias que irão definir as chapas, com os candidatos Délio Malheiros (PV), Eros Biondini (PTB) e Leonardo Quintão (PMDB) mandando um recado ao prefeito Marcio Lacerda (PSB), considerado por eles seu maior adversário. Os três vão evitar confrontos entre si, concentrando suas críticas na administração do socialista, que disputa a reeleição. O objetivo deles é levar a disputa para o segundo turno, quando planejam estar juntos em um blocão de oposição a Lacerda.
Em entrevista coletiva na manhã de ontem, Quintão e Malheiros acusaram o prefeito de tentar cooptar partidos com os quais negociam alianças, em troca de promessas de cargos, para enfraquecer suas candidaturas. As legendas em questão são o PDT – que ainda não decidiu se vai se aliar ao PV ou PMDB –, o DEM, que provavelmente indicará o vice de Malheiros, e o PR, mais próximo dos peemedebistas. Biondini não compareceu, mas segundo os outros dois candidatos deu aval às declarações.
"O prefeito está tentando abafar as candidaturas independentes. São atitudes anti-democráticas que não contribuem em nada com o processo eleitoral", reclamou o candidato do PV. Um dos motivos de irritação dos candidatos são os boatos de que o PSB poderia romper com o PT, se aliando ao PSDB que indicaria o vice, apesar de os petistas já terem escolhido o deputado federal Miguel Corrêa Jr. (PT) para compor a chapa de Lacerda. Nessa hipótese, os três adversários do prefeito desistiram das candidaturas atendendo a pedidos do senador Aécio Neves (PSDB).
Sobraram críticas também às nomeações recentes feitas pelo prefeito, acusado por eles de tentar cooptar os partidos em troca de cargos. Malheiros citou como exemplo a posse de Elson Alípio Júnior (PR) na Regional Noroeste. "Por que nomear um filiado do PR há 20 dias?", provocou. Para os candidatos, a estratégia é uma forma de minimizar um possível recuo do PT, na aliança com o PSB caso não seja acertada a coligação para a disputa na Câmara. No meio desse imbróglio, o PSDB também ensaia um rompimento, se o PSB atender ao pedido do PT.
Invenção O presidente do PSB de Belo Horizonte, João Marcos Lobo, nega qualquer atitude para desestabilizar os concorrentes e alega que a intenção do prefeito e de toda legenda é fazer uma campanha propositiva, "com respeito a todos os candidatos". Ele disse que as buscas por aliança fazem parte do jogo e estão sendo feitas dentro da tradição da política mineira. "Como eles não têm críticas consistentes contra o prefeito, avaliado como um dos melhores do Brasil, ficam inventando coisas", rebateu.
Em discurso de oposição, Leonardo Quintão argumentou que a cidade "piorou" desde o início da administração de Lacerda, especialmente nos setores de saúde e mobilidade urbana, e criticou o que chamou de aparelhamento da máquina pública. Deputado federal, ele queixou ainda da falta de sintonia de Lacerda com a bancada mineira no Congresso. "Ele se reuniu com a bancada federal uma vez. Se for eleito, pretendo encontrar (com os deputados e senadores) pelo menos três vezes por semestre. É importante essa integração com os parlamentares", ponderou.
Enquanto Malheiros deixou claro que vai buscar a boa relação com todos que estiverem contra Lacerda, Quintão ressaltou que acredita em uma campanha de baixo nível por parte do prefeito. Mas avisou que estará pronto para rebater o que classificou de "mentiras". Na campanha de 2008, Quintão disputou o segundo turno contra Lacerda e o acusou de ter divulgado informações falsas com o intuito de prejudicá-lo e vencer as eleições. Ele justificou que na ocasião evitou responder às acusações porque "não entendia o poder de capacidade de informação da imprensa e da internet".
Em relação ao principal cabo eleitoral do prefeito – o senador Aécio –, os candidatos não só pouparam críticas como reafirmaram a admiração e o desejo de vê-lo eleito presidente da República nas eleições de 2014. "Voto no Aécio Neves", disse o peemedebista. "Ele é meu candidato", completou Malheiros.
FONTE: ESTADO DE MINAS
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