terça-feira, 17 de julho de 2012

PMDB costura fusão com seis partidos

Legenda planeja conter o avanço de adversários governistas agregando siglas aliadas e de oposição. Presidente peemedebista, Valdir Raupp admite conversas com o DEM

Juliana Braga

Tentando se fortalecer para 2014, o PMDB iniciou uma série de conversas com outras legendas para propor fusões com o partido. O intuito é reforçar a dependência do Palácio do Planalto com a legenda do vice presidente Michel Temer e evitar a sombra do PSB. O PMDB já conversou com seis partidos e não exclui nem legendas de oposição. O DEM, por exemplo, faz parte das siglas de interesse.

O senador Valdir Raupp (RO), presidente em exercício do PMDB, critica o alto número de partidos no Brasil e acredita que a fusão pode fortalecer a democracia. "Tem alianças hoje de 19 partidos, isso é fim do mundo", avalia. Segundo Raupp, a necessidade de fazer grandes coligações prejudica a governabilidade, gera necessidade de distribuir cargos para mais partidos e ainda divide parlamentares. "Com 20 bancadas, é difícil fazer reforma. Seja ela qual for, política, tributária...", dispara.

A movimentação ampliaria a musculatura do partido tanto no Congresso quanto nas prefeituras, onde a legenda já lidera, mas Raupp nega a preocupação. "A gente está fechando 2.992 candidaturas às prefeituras, mais de 500 na frente do segundo, o PT. Não vamos perder a liderança", aposta. Mas questionado, admite que as fusões "ajudam sim" a fortalecer o partido diante do avanço de outros.

O interesse em engordar o partido é tão grande, que o PMDB não descarta nem a possibilidade de agregar legendas de oposição. O DEM, que foi desidratado com a criação do PSD, é uma das possibilidades e já foi procurado por Raupp e Michel Temer. Raupp não acredita que o fato de ser oposição possa provocar uma divisão na legenda. "O PMDB é um partido consolidado, de apoio à presidente Dilma, e não vai mudar de posição por causa de fusões", declara.

Foco no pleito

O presidente do DEM, Agripino Maia, nega interesse na fusão. Segundo ele, existe uma "larga diferença entre ser procurado e alimentar conversas " e o foco, no momento são as eleições municipais. "O nosso esforço está voltado para ganhar o que não temos hoje, prefeitos em capitais. Tendo perspectiva de crescimento, não podemos pensar em fusão", diz. Ainda assim, o presidente diz que DEM e PMDB tem uma ótima relação e admite que não se furtará de conversas com a legenda.

Para o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, as fusões fortaleceriam a aliança do PT com o PMDB. "Sob meu prisma, do ponto de vista da governabilidade de um país que está indo no caminho certo com a presidente Dilma, ganha o Brasil", defendeu.

MP quer multar Paes em R$ 8 mil

O Ministério Público Eleitoral do Rio de Janeiro entrou com um processo por propaganda irregular contra o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, pela cerimônia de apresentação do jogador holandês Clarence Seedorf, no Botafogo. Ele e o chefe do Executivo local posaram para fotos no Palácio da Cidade, na semana passada. Como o edifício pertence à prefeitura, a 192ª Promotoria Eleitoral entrou com pedido de multa contra o prefeito, por propaganda eleitoral irregular, pedindo que ele pague multa de até R$ 8 mil.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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