Em queda nas pesquisas, tucano aborda renúncia em 2006 na propaganda eleitoral
Isadora Peron
Depois da queda nas pesquisas de intenção de voto e do crescimento da rejeição à sua candidatura a prefeito de São Paulo, o tucano José Serra justificou na TV a saída da Prefeitura em 2006, um ano e três meses após a posse, para disputar o governo do Estado. "Vou ficar o mandato inteiro", afirmou. O depoimento tomou quase 30% do tempo a que tem direito: foram 2 minutos e 10 segundos de explicação.
Na propaganda, Serra diz que vem sendo constantemente questionado nas ruas sobre a renúncia e que compreende as dúvidas dos eleitores. Segundo o tucano, ele teve de concorrer ao governo estadual em 2006 para não deixar o PT vencer as eleições: "O governador (Geraldo) Alckmin não podia mais se reeleger, e o Estado estava ameaçado de cair nas mãos do PT, jogando fora a recuperação que vinha desde os tempos do (Mario) Covas".
No depoimento, ele também critica a gestão de sua antecessora, a petista Marta Suplicy (2001-2004). "Em 2005, quando assumi, encontrei a Prefeitura falida", diz, destacando que foi o responsável por colocar as "finanças em ordem".
A saída da Prefeitura já havia sido abordada indiretamente na primeira peça na TV, há duas semanas, quando Serra explicou por que gostaria de ser prefeito de novo. Após o mau desempenho nas recentes pesquisas - de acordo com o último levantamento Ibope, o tucano está tecnicamente empatado, em 2.º lugar, com Fernando Haddad (PT) -, dirigentes do PSDB começaram a cobrar abordagem mais direta do tema no horário eleitoral.
O programa de ontem também exibiu depoimento de Alckmin sobre a importância da parceria entre Estado e Prefeitura. Associar a imagem de Serra à do governador é outra forma de tentar reduzir a rejeição do candidato. No rádio, os dois últimos programas foram dedicados a um bate-papo entre os dois tucanos.
Discurso. Há alguns dias, o tucano deu sinais de que adotaria esse tom de discurso na propaganda eleitoral. Na sexta-feira, em entrevista à TV Estadão, Serra já havia afirmado que não abandonaria o mandato em 2014, nem para concorrer à Presidência. "Eu não vou de novo para presidente porque já fui duas vezes. Tem muita coisa para ser feita em São Paulo."
Anteontem, o tucano relatou que eleitores habituados a votar nele diziam que, desta vez, não pretendiam repetir a escolha por avaliar que o tucano não ficaria no cargo até 2016. Segundo Serra, o tema "se espalhou inclusive nos bairros onde a gente sempre ganha".
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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