O Diretório Nacional do
PT comparou as recentes crises enfrentadas pelo partido a "tentativas de
desestabilizar governos populares", como ocorrera com Getúlio Vargas e
João Goulart. O PT diz que já foi vítima de "campanha de terror" em
2002. Indagado, em Berlim, sobre a Operação Porto Seguro, o ex-presidente Lula
disse: "Não, não fiquei surpreso".
"Não
fiquei surpreso", diz Lula sobre operação
Breve declaração é a única feita até agora por ex-presidente sobre novo
escândalo do governo
Cristiane Vieira Teixeira
BERLIM - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um comentário breve
ontem sobre o escândalo envolvendo a ex-chefe de gabinete do escritório da
Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha: "Não, não fiquei
surpreso", disse ao ser questionado em Berlim se "havia ficado
surpreso"" com a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que apontou
a existência de grupo que vendia pareceres de órgãos públicos a empresas
privadas.
Lula deixava o Congresso Internacional do Sindicato dos Metalúrgicos da
Alemanha ontem, quando foi questionado por jornalistas sobre o assunto. Após a
resposta, preferiu não dar sequência à breve conversa.
O ex-presidente foi responsável pela nomeação de Rose, como a ex-assessora
é conhecida. Ela é suspeita de tráfico de influência por causa de suas relações
com Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), apontado pela
Polícia Federal como chefe do grupo que vendia os pareceres. Foi ela quem o indicou
para o cargo.
Segundo as investigações, Rose recebeu benefícios, como viagens em
cruzeiros, ao usar o cargo em São Paulo a fim de oferecer facilidades para a
quadrilha. A ex-assessora deixou o cargo após a deflagração da operação da Polícia
Federal, há duas semanas.
Agenda. Em Berlim, Lula participou como palestrante do congresso
internacional do Sindicato dos Metalúrgicos da Alemanha e foi o convidado da
fundação política alemã Friedrich Ebért para um colóquio sobre o papel do
Brasil na nova ordem mundial, ao lado do líder da bancada social-democrata no
Parlamento alemão, o deputado Frank-Walter Steinmeier (SPD), opositor ao
partido da chanceler Angela Merkel (CDU). Amanhã, o ex-presidente segue para
Doha, no Catar.
Em ambos os eventos, Lula apontou o incentivo ao comércio como uma possível
solução para a crise dos países da zona do euro. "Precisamos aumentar o :
consumo e o comércio para aumentar o emprego e estamos fazendo exatamente o
contrário", criticou o ex-presidente, que segue em viagens internacionais
até sexta-feira que vem.
Fonte: o Estado de S. Paulo
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