sábado, 8 de dezembro de 2012

Ministra faz alerta para 'candidatura alternativa'

Sem mencionar o nome de Eduardo Campos, Ideli pede atenção para "surpresas5 dentro da base governista em seminário do PT em São Paulo

Bruno Boghossian

A ministra das Relações institu­cionais, Ideli Salvatti, fez on­tem um alerta ao PT sobre a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff enfrentar um candidato de sua base aliada na eleição de 2014. O Palácio do Planalto trabalha com a hipóte­se de que o governador de Per­nambuco, Eduardo Campos (PSB), dispute a Presidência da República daqui a dois anos.

"Nós não devemos estar desa­tentos a candidaturas alternati­vas que já começam a se dese­nhar, que não são contra a presi­dente Dilma e ao projeto do PT. Temos que estar bastante aten­tos à nossa própria base que nos sustenta. Podemos ter surpre­sas", disse Ideli a prefeitos e verea­dores eleitos em um evento orga­nizado pelo PT paulista em Embu das Artes, na Grande São Paulo.

Presidente nacional do PSB, Campos criticou no início da se­mana propostas de estímulo ao consumo são insuficiente para alavancar o crescimento econô­mico e sugeriu que falta rumo es­tratégico ao País para enfrentar a crise internacional. Desde as elei­ções municipais, Campos tam­bém vem defendendo a descen­tralização de recursos da União.

Palanque. No encontro do PT, Ideli antecipou a campanha pela reeleição de Dilma ao afirmar que a presidente está no palanque e ao atacar o provável candidato do PSDB a Presidência em 2014, o se­nador mineiro Aécio Neves.

"Ontem (anteontem) o Aécio fi­cou bravo, ficou nervoso. Disse que a Dilma já subiu no palan­que. Ora, a Dilma não saiu do pa­lanque. A Dilma é a nossa candi­data à reeleição em 2014", disse.

A ministra criticou a postura dos tucanos em relação ao plano do governo federal de reduzir as tarifas de energia elétrica. "Eles fazem uma política pouco inteli­gente de ser contra uma medida corajosíssima de baixar a tarifa

elétrica. O cara (Aécio) parece mais presidente da Cemig do que candidato a presidente do Brasil e acha que a nossa dona Dilma ia ficar quietinha. Aí to­mou uma chapuletada ontem e ficou bravo", afirmou.

Ideli também criticou a explora­ção do julgamento do mensalão, que tem ex-dirigentes do PT entre os condenados, na disputa eleito­ral de 2012. "Nossa vitória de 2012, como a reeleição do (ex-presiden­te Lula em 2006, teve característi­cas daquela música do Chico Buarque: "apesar de você, amanhã há de ser outro dia". Enfrentamos nes­sa eleição um dos maiores tiro­: teios institucionalizados, com transmissão ao vivo, e que chegou a ocupar 18 minutos no Jornal Nacional para nos atingir."

Fonte: O Estado de S. Paulo

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