Dilma planeja mudanças após eleição do comando do Congresso
Júnia Gama, Fernanda Krakovics e Paulo Celso Pereira
BRASÍLIA - Mal voltou de férias, a presidente Dilma Rousseff já se debruça sobre um mapa da Esplanada dos Ministérios para organizar o atendimento aos partidos aliados em 2013, ano crucial para preparar sua reeleição em 2014. As mudanças, no entanto, só devem ser implementadas após a eleição das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, no início de fevereiro. Apesar do amplo favoritismo dos candidatos peemedebistas Henrique Eduardo Alves (RN), na Câmara dos Deputados, e Renan Calheiros(AL), no Senado, o governo não quer correr o risco de mudar a divisão de espaços na Esplanada e, eventualmente, ser surpreendido pela vitória de algum azarão - o que poderia obrigar o Planalto a recompor a divisão de ministérios.
Até agora, há duas mudanças tidas como certas. A primeira terá o objetivo de incorporar o PSD à Esplanada. A segunda servirá para retribuir ao deputado Gabriel Chalita e ao vice-presidente Michel Temer o apoio de ambos a Fernando Haddad na eleição do ano passado em São Paulo.
A tendência hoje é que Chalita seja indicado para o Ministério da Ciência e Tecnologia. O governo já ofereceu ao PSD o Ministério da Micro e Pequena Empresa, que está ainda em processo de criação. Mas Kassab avisou ao Planalto que a pasta não é suficiente e já apresentou sua contraproposta: ele pretende dominar a área de aviação, com a Secretaria de Aviação Civil (SAC) ou com a Infraero.
O nome mais cotado para a área de aviação é o do líder da bancada do PSD na Câmara, Guilherme Campos (SP). Para a pasta da Micro e Pequena Empresa, a opção seria Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Aliados de Kassab afirmam que a senadora Kátia Abreu (TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), só iria para a Esplanada dos Ministérios se fosse na cota pessoal de Dilma. Desde o episódio da intervenção de Kassab em Belo Horizonte, que retirou o candidato do partido da disputa pela prefeitura para apoiar o nome indicado por Dilma, sua relação com Kátia azedou.
Outro ministério que poderá sofrer modificações é o das Relações Institucionais, ocupado por Ideli Salvatti. Ideli tem dado demonstrações de fadiga no cargo, devido ao intenso desgaste que sofreu com o Congresso nos dois primeiros anos do governo Dilma. As ordens para tratorar os parlamentares na hora de aprovar matérias de interesse do Executivo e a pouca disposição do governo em contemplar aliados com cargos e emendas deixaram Ideli exausta. Como não tem mandato parlamentar, e a presidente avalia que a ministra cumpriu sua função, Dilma poderá transferi-la para o Ministério do Turismo.
Embora a presidente Dilma não tenha aberto consulta, os partidos já discutem internamente a minirreforma ministerial que deve ser feita no próximo mês, depois das eleições dos novos presidentes da Câmara e do Senado.
Fonte: O Globo
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