PT se preocupa com o comportamento do presidente do PSB, e Planalto reduz sua `generosidade´
Repasses da União para Pernambuco são os menores desde 2006
Além de adotar postura "pós-Dilma", Eduardo Campos já se atreve a fazer críticas à petista
Brasília - O Palácio do Planalto e a cúpula do PT acompanham preocupados os movimentos do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Em campanha velada pelo Planalto, o socialista encampa uma postura e um discurso "pós-Dilma" e negocia, em segredo, apoios para seu palanque com personalidades das mais diversas áreas de atuação.
Além de assediar partidos da base da presidente, como PDT, PTB e PR, Campos transita bem no meio empresarial e entre banqueiros. É amigo, por exemplo, do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e mantém diálogo com Armínio Fraga, presidente do Banco Central no segundo mandato do presidente Fernando Henrique (PSDB).
"Eu converso com todo mundo, da esquerda à direita. Não tenho guru", declarou o governador. Entretanto, ele tem como principais consultores o marqueteiro argentino Diego Brandy. Outros dois interlocutores de todas as horas são o publicitário Duda Mendonça - responsável pela campanha vitoriosa de Lula em 2002, - e o cientista político pernambucano Antonio Lavareda.
Não deixa de ser uma medida de caultela por parte do governo a redução signiticativa de repasses federais para financiar projetos apresentados por Pernambuco.
Segundo dados do Tesouro Nacional, em 2012, o valor repassado voluntariamente pela União chegou a um patamar menor do que o de 2006, último ano de gestão do então governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), opositor do PT.
Evolução. O Planalto aumentou a parcela de repasses a Pernambuco quando Lula e Campos estavam no poder. Em 2007, a participação do Estado nordestino no total das transferências era de 5%. Em 2010, último ano de Lula, alcançou 14,6%.
Naquele ano, Campos chegou a receber R$ 994 milhões dessas transferências voluntárias. Ele disputava a reeleição com o apoio do PT, e Lula usava Pernambuco, seu Estado natal, como vitrine de projetos federais em infraestrutura e combate à pobreza para promover a candidatura de Dilma.
Os números do Tesouro mostram, contudo, que a trajetória de crescimento dos repasses para Pernambuco foi interrompida por Dilma. Em 2011, as transferências caíram para R$ 318 milhões. O valor, no entanto, ainda era maior do que os verificados em 2007, 2008 e 2009. Mas, em 2012, os repasses caíram de novo e chegaram a R$ 219 milhões, o menor desde 2006.
As transferências voltaram a 4,88% do total enviado para os Estados, o mais baixo percentual do governo do socialista.
Fonte: O Tempo (MG)
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