"O governo, hoje, é nosso maior aliado para mostrar suas falhas", diz tucano
SANTOS - O senador mineiro Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, voltou a atacar ontem a criação do 39º ministério do governo Dilma Rousseff (da Micro e Pequena Empresa) e da 5ª estatal (a Hidrobrás), além do retorno do PR ao Ministério dos Transportes. Para o tucano, as medidas mostram que a teoria da "faxina" da presidente indica "que era um discurso sem consistência". "O que move o governo em todas as áreas é a lógica da reeleição", acusou.
O presidenciável foi convidado de honra do 57º Congresso Estadual de Municípios, em Santos. Após discursar, Aécio disse que o governo federal não está preocupado com as questões centrais do país, como "a paralisia da economia, os gargalos da infraestrutura", entre outros.
"Isso só comprova o que tenho dito: quem governa o Brasil não é mais a presidente, é a lógica da reeleição. Os espaços públicos não têm servido para melhorar a qualidade dos serviços públicos, mas para garantir alguns minutos a mais na propaganda eleitoral da presidente", apontou.
Para o senador, cabe à oposição mostrar ao país a diferença entre a situação "virtual", mostrada pelo governo, e a situação "real". O tucano disse que seu discurso será focado nas omissões, nas falhas e no caráter eleitoral das iniciativas do governo. "O governo, hoje, é nosso maior aliado para mostrar suas falhas", considerou o senador, que classificou a gestão da presidente Dilma de "improvisada" e de um governo "da insegurança jurídica".
A participação de Aécio no congresso estava prevista inicialmente para hoje, mesmo dia em que estará presente o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). No entanto, a agenda foi alterada porque o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), decidiu comparecer ontem e preferiu que Aécio que fosse junto com ele.
O senador negou que a troca de data tenha acontecido para evitar um encontro com Eduardo Campos. "Bom é vir com Geraldo, não acha? Eu encontro com o Eduardo todos os dias, mais do que você imagina", brincou o mineiro.
Gafe. Recebido por prefeitos paulistas como "exemplo de gestor", o ex-governador de Minas utilizou o termo "revolução" para se referir ao golpe militar de 1964. Indagado sobre a razão de ter usado essa expressão, Aécio tergiversou: "Ditadura, revolução, como quiserem".
O termo foi usado em seu discurso, no momento em que fazia um breve relato de episódios históricos, considerados por ele exemplos que retratam a política centralizadora do governo federal, ao corroborar a principal reclamação dos prefeitos sobre a concentração de poder do Planalto.
"Veio a revolução de 64, novo período de grande concentração nas mãos da União, apesar de ter sido um período em que foram criadas políticas compensatórias para determinadas regiões menos desenvolvidas".
Fonte: O Tempo (MG)
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