Levantamento do Instituto Maurício de Nassau/JC mostra presidente e governador tecnicamente empatados na corrida presidencial entre os recifenses, ela com 36% e ele, 34%. Gestão estadual tem 75% de aprovação.
Dilma 36%, Eduardo 34%
PESQUISA JC/IPMN 2014 - Entre os recifenses, presidente e governador estão em empate técnico na corrida presidencial, gestão estadual tem 75% de aprovação
Mesmo à frente de uma gestão cujo índice de aprovação é de 75%, o governador Eduardo Campos (PSB) enfrentaria uma disputa acirrada com a presidente Dilma Rousseff (PT), no Recife, caso a eleição presidencial acontecesse hoje e os dois se enfrentassem. No levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), em parceria com o Jornal do Commercio, os dois aparecem empatados tecnicamente em primeiro lugar. Dentre os 816 entrevistados, 36% declararam voto na petista enquanto 34% afirmaram que votariam no governador. Os outros dois prováveis concorrentes, Marina Silva (ex-PV) e Aécio Neves (PSDB) somaram, respectivamente, 4% e 2 % das intenções de votos. A margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais.O número de pessoas que votariam em Eduardo Campos para assumir a Presidência é menor do que o índice de satisfação com a sua administração - 75%, sendo 28% que a consideram excelente e 47% como boa. Do grupo que considerou a gestão como "excelente" (28%), 63% confirmaram o voto no pernambucano. Mas entre os 47% que avaliaram o governo como "bom", apenas 32% disseram que votariam em Eduardo, enquanto 40% declararam voto em Dilma.
De acordo com o cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Adriano Oliveira, os números sugerem não só que a disputa será "dura" como também apontam qual será um dos principais desafios do governador até outubro de 2014. "O grande desafio será transformar seu capital administrativo em capital eleitoral. Fazer com que as pessoas que aprovam sua gestão também votem nele. No caso de Dilma, ela precisa aumentar suas intenções de votos num Estado e numa cidade onde haverá um candidato extremamente bem avaliado. A pesquisa mostra claramente que a eleição será muito difícil", pondera.
A gestão do governador foi avaliada como "ruim" ou "péssima" por 3% dos entrevistados e enquadrada como "regular" por 19%. A proporção entre a avaliação do governo e as intenções de voto em Eduardo podem crescer, de acordo com o cientista político, quando sua candidatura à Presidência for oficialmente confirmada. "Apesar das suas movimentações, os eleitores ainda não têm certeza se ele é candidato, de fato", diz. A pesquisa ainda revela que 55% dos recifenses consultados acham que ele deve participar da disputa presidencial, enquanto 27% opinaram que não deveria. O curioso é que do grupo favorável à candidatura do governador, 33% afirmaram que não votariam nele. "Não há contradição nisso. Só reforça que a interpretação do comportamento do eleitor não é tão simples como os dados sugerem. Parte do eleitorado aprova a gestão do governador, quer que ele saia candidato, mas não vota nele", analisa Adriano Oliveira.
À margem da polarização entre Dilma e Eduardo estão os presidenciáveis Marina Silva e Aécio Neves. No primeiro caso, segundo o economista e membro do conselho científico do IPMN Maurício Romão fica evidente que o capital político conquistado pela ex-integrante do Partido Verde na eleição de 2010 se diluiu. Um dos motivos, de acordo com Romão, é a ascensão política de Eduardo Campos. Em 2010, por exemplo, Marina obteve 102.142 votos (33,63%) no Recife, chegando em segundo lugar. Em relação a Aécio, o resultado mostra que ele ainda é uma figura desconhecida da população recifense.
Metodologia
Nos dias 1º e 2 de abril, a pesquisa JC/IPMN ouviu 816 entrevistados no Recife, a partir de um plano de amostragem estratificada. O nível de confiança do estudo é de 95%.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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