Aécio Neves (PSDB) irá a evento da Força Sindical, que também pode contar com Eduardo Campos (PSB)
Sérgio Roxo
SÃO PAULO - Depois de se eleger com o apoio de todas as centrais sindicais em 2010, a presidente Dilma Rousseff deve ver a festa do Dia do Trabalho, na próxima quarta-feira, se transformar em palanque para a oposição. O senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB a presidente, já confirmou presença no evento que a Força Sindical realizará em São Paulo. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, possível candidato do PSB, também pode comparecer.
Dilma foi convidada para as festas da Força e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), mas não irá. Entre as bandeiras que serão levantadas pela CUT nessa data está o que eles chamam de democratização dos meios de comunicação. A entidade quer facilidade para concessão de canais de rádio e TV para sindicatos.
Diferentemente da Força, a CUT não atrairá políticos para sua festa. As duas principais centrais têm feito críticas ao governo federal. A queixa das entidades é que a presidente não tem diálogo com os trabalhadores.
- Entregamos uma pauta de reivindicação no dia 3 de março ao governo. Até hoje, ele sequer respondeu. É inadmissível. Se não responderem até o dia 1º, vai ser um desrespeito ao trabalhador - disse Vagner Freitas, presidente da CUT.
Entre as reivindicações da central estão o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho e o investimento de 10% do PIB em educação. Freitas acredita que há diferenças no tratamento aos trabalhadores em relação ao governo do ex-presidente Lula.
- Sem dúvida, havia mais sensibilidade para as questões dos trabalhadores (no governo Lula) - afirmou ele.
O deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, (PDT-SP), presidente da Força Sindical - que já declarou que a central vê "com muito bons olhos" a candidatura de Eduardo Campos a presidente - concorda com o colega:
- Com o Lula, tinha diálogo com o governo. Com a Dilma, não há nenhum diálogo.
Na festa da Força de 2010, Paulinho apresentou a então pré-candidata Dilma como "futura presidente do Brasil" e criticou José Serra, então adversário da petista, dizendo que ele "não gosta de trabalhador". Agora, o presidente da Força pretende usar a festa - também organizada por UGT, Nova Central e CTB - para apresentar a reivindicação da adoção de um gatilho para aumentos salariais. Os trabalhadores teriam direito a reajuste toda vez que a inflação acumulada chegasse aos 3%.
- O governo não está controlando a inflação e o trabalhador está pagando caro por isso - afirmou Paulinho.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, não quis polemizar com o presidente da Força.
- É um direito dele. As pessoas apoiam e criticam.
Fonte: O Globo
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