Tendência do PDT é apoiar Dilma, mas aliança com Aécio ou Campos não é descartada
BRASÍLIA - Trinta e um anos depois de ser derrotado por Leonel Brizola na primeira eleição direta para o governo do Rio após o início da ditadura militar, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) está decidido a disputar o posto de governador, ano que vem. A ideia começou a ser trabalhada em janeiro, durante evento comemorativo pelo aniversário de Brizola, promovido pelo então ministro do Trabalho, Brizola Neto, mas teve um passo decisivo há dez dias, quando Miro se reuniu com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que disse apoiar sua candidatura.
Apesar de o PDT estar nacional e regionalmente dividido entre os grupos de Lupi e Brizola Neto, Miro é um nome que não é visto como militante de um dos lados. O fim dessa disputa foi o mote de sua intervenção na reunião partidária de janeiro.
- Disse ao presidente Lupi que colocarei meu nome nas prévias do partido, até porque ficaria constrangido de me apresentar de outra forma, e incentivei outros correligionários a fazê-lo também - disse Miro, lembrando como era na época de Leonel Brizola. - Quando começavam as disputas internas, o Brizola fazia uma alegoria dizendo que quando o gado está parado, com os peões descansando, os bois começam a se estranhar, e que o importante é sempre colocar a tropa para caminhar. E caminhar, em um partido político, significa disputar eleições. Temos de ter candidatos.
Conforme antecipado ontem pela coluna Panorama Político, do GLOBO, a candidatura de Miro poderia, inclusive, ser apoiada pelo PSDB, caso o PDT venha a aderir ao projeto presidencial do senador Aécio Neves (MG). O deputado, no entanto, considera que o cenário mais provável hoje para o PDT é o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
- O principal exame do partido tem de ser a candidatura própria, e temos nomes como os senadores Cristovam Buarque e Pedro Taques. Mas se ela não prosperar, o que vejo hoje é o partido majoritariamente voltado para o apoio à Dilma. Eu seguirei exatamente a determinação partidária. Agora, não teria dificuldade nenhuma de fazer campanha com o Aécio Neves ou o Eduardo Campos, políticos de alta qualidade e com quem tenho um relacionamento pessoal - disse Miro.
A candidatura implicaria na interrupção da longa presença de Miro na Câmara. Ele está no décimo mandato.
Fonte: O Globo
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