quinta-feira, 25 de abril de 2013

Ofensiva contra Campos - Luiz Carlos Azedo

A segunda frente da presidente Dilma Rousseff para viabilizar a reeleição já no primeiro turno é o Nordeste, onde executa uma operação pesada para inviabilizar ou enfraquecer a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Fomenta um “racha” no PSB, liderado pelo governador do Ceará, Cid Gomes — recebido ontem por Dilma — e pelo irmão dele, o ex-ministro Ciro Gomes.

Resolução do diretório regional do Ceará propõe uma consulta aos demais diretórios regionais do PSB sobre a candidatura de Eduardo Campos a presidente da República. Cid e Ciro somam-se ao presidente em exercício do partido, Roberto Amaral, e ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que ocupa o cargo por indicação de Campos, na defesa pública do apoio da legenda à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

A ofensiva mira também os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande; da Paraíba, Ricardo Coutinho; do Piauí, Wilson Martins; e do Amapá, Camilo Capiberibe, que estão entre a cruz e a caldeirinha. O Palácio do Planalto acena com um grande afluxo de recursos para esses estados, ao mesmo tempo em que, na política nacional, PT e PMDB descem o relho no lombo de Campos.

Rompimento

O senador Pedro Simon (foto), do PMDB-RS, era um aliado da presidente Dilma Rousseff até ontem, quando rompeu publicamente com o governo da tribuna do Senado, com um discurso à antiga, que arrancou aplauso dos colegas. Simon tomou as dores da ex-senadora Marina Silva, que tenta criar o Rede Sustentabilidade, seu novo partido, mas enfrenta dificuldades patrocinadas pelo Palácio do Planalto. Classificou de antidemocráticas as articulações de Dilma contra Marina.

Minicongresso

Líder do PSB na Câmara, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) anunciou ontem que levará ao Diretório Nacional a proposta de que todos os diretórios municipais se pronunciem sobre a candidatura própria do PSB à Presidência da República. Os articuladores da candidatura de Campos trabalham com o horizonte de setembro para decidir a questão. Caso confirme-se a candidatura, os socialistas terão que desembarcar do governo Dilma.

Fica no ninho

As conversas do ex-governador José Serra (PSDB) com o presidente do MD, Roberto Freire (SP), não evoluíram. O tucano está sendo muito pressionado por seus aliados tradicionais a permanecer no ninho tucano — um deles é o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP). O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também entrou em campo para entregar o controle do diretório regional do PSDB em São Paulo ao deputado Duarte Nogueira, aliado de Serra.

Fonte: Correio Braziliense

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