Iniciativa é do prefeito Ettore Labanca, aliado do governador Eduardo Campos, que ataca a prorrogação do IPI reduzido para os automóveis, sem compensar os municípios
Dois dias antes da nova passagem da presidente Dilma Rousseff (PT) pelo Nordeste - ela estará amanhã em Fortaleza -, um dos prefeitos que têm mais aproximação com o governador Eduardo Campos (PSB), Ettore Labanca (São Lourenço da Mata), volta a atacar o governo federal. O mote é a prorrogação da redução do Imposto sobre produtos Industrializados (IPI) na indústria automobilística, até dezembro. A medida foi anunciada sábado pelo ministro Guido Mantega (Fazenda).
Afirmando que "falta sensibilidade" à presidente para promover uma compensação financeira aos municípios - que são afetados com queda de receita em virtude da redução - e classificando Mantega de "trapalhão", Labanca - que atuou como articulador político do governo Eduardo - convocou ontem a sociedade pernambucana a protestar contra a prorrogação do benefício fiscal.
"O governo Dilma tem tomado decisões sempre voltadas a atender os interesses do Sul e Sudeste. Falta a ela a sensibilidade do presidente Lula, que quando reduziu o IPI promoveu um mecanismo de compensação aos Estados e municípios. Esse ministro é um trapalhão! Temos que nos unir e dar um basta nessa situação", disparou.
O prefeito promete comparecer hoje pela manhã à reunião da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) - entidade afinada com o governador - para mobilizar seus colegas. Também destacou que irá à sessão plenária da Assembleia, à tarde, para pedir aos parlamentares que se mobilizem contra a decisão da presidente.
"Toda a sociedade tem que se unir. Não falei com o governador, mas nem preciso falar porque ele está em defesa do povo do Nordeste. A presidente está querendo agradar a elite de São Paulo e do Rio de Janeiro, e o Nordeste deixa para lá. Já estamos acostumados a sofrer mesmo, não é?" ironizou o prefeito de São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife.
Os anúncios promovidos por Dilma Rousseff em passagem por Serra Talhada, na semana passada, foram minimizados pelo gestor socialista, que chamou de "pura perfumaria" as ações para reposição de rebanho atingido pela seca e prorrogação dos benefícios sociais. "Dilma fica defendendo a indústria automobilística enquanto a seca corrói o Nordeste. O rebanho e a agricultura familiar foram dizimados e o dinheiro que ela anuncia não chega ao trabalhador. Na verdade, são ações que ninguém vê e ninguém sente no dia a dia. E com esse congelamento (do IPI) ela acaba de decretar a falência total do Nordeste brasileiro. É um desgoverno completo!", provoca o socialista.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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