A presidente Dilma Rousseff demorou seis meses, mas acertou a mão pela segunda vez na indicação do ministro do Supremo Tribunal Federal. Assim como Teori Zavascki, Luís Roberto Barroso foi saudado dentro e fora da corte.
Se têm origens diferentes --Zavascki vem da magistratura e Barroso é advogado constitucionalista--, ambos reúnem o que mais interessa num cargo tão fundamental e cada vez mais em evidência: o conhecimento técnico.
Diferentemente de alguns anteriores, principalmente indicados por Lula, os dois novatos não vão aprender no STF; eles já chegam sabendo. Barroso tem no currículo atuações muito elogiadas na corte e era considerado o melhor dos nomes ventilados no longo processo de escolha.
Ao tratar um câncer no esôfago no ano passado, mereceu atenção e deferência dos agora colegas e traz com ele o apoio, desde muito tempo, do ex-presidente José Paulo Sepúlveda Pertence, ainda hoje uma forte referência, quase um guru, no Supremo.
Além disso, Barroso, 55, traz uma lufada de contemporaneidade, defensor que é de causas como o casamento homoafetivo e as pesquisas com células-tronco.
E também dificilmente (nunca se pode ter 100% de certeza...) criará constrangimentos para o governo como ocorreu com Luiz Fux, igualmente indicado por Dilma. Segundo o próprio réu José Dirceu, Fux prometeu-lhe votar pela absolvição no julgamento do mensalão e fez o contrário na hora H.
A escolha de Barroso, que passará ainda pela sabatina no Senado, como de praxe, não deve mudar em nada o destino dos 25 réus do mensalão, até porque o Supremo vai analisar os embargos declaratórios, burocráticos, talvez não os infringentes, que visam alterar penas.
Mas nem só de mensalão vive o Supremo, por onde transitam questões que definem qual país o Brasil quer ser agora e no futuro.
Fonte: Folha de S. Paulo
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