Débora Duque
A cúpula nacional do PSB caiu em campo, ontem, para reforçar o discurso de unidade do partido em torno do projeto presidencial do governador Eduardo Campos para 2014. Descartando a existência de resistências internas ao voo nacional de Eduardo, dirigentes da sigla atribuem, de forma uníssona, as manifestações de alguns governadores socialistas em favor do apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) a uma "conveniência administrativa" e sugerem que integrantes do governo federal se utilizam da máquina pública para intimidar aliados.
As declarações mais duras partiram do deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), segundo vice-presidente do partido. O parlamentar disse considerar "natural" a preocupação dos governadores com os arranjos estaduais e criticou o governo federal. "O que não podemos aceitar é a dose constrangimento feito por setores do governo. O que não é possível dentro de uma relação federativa e democrática é que projetos e pedidos que sejam encaminhados por prefeitos ou governadores do PSB fiquem travados por questões políticas", protestou.
Ao longo do último mês, governadores como Renato Casagrande, do Espírito Santo, Camilo Capiberibe, do Amapá, além de Cid Gomes (PSB), do Ceará, se manifestaram em favor da permanência do PSB na base de apoio do governo de Dilma. "Nossos companheiros estão apenas fazendo o jogo do me engana que eu gosto", minimizou Beto Albuquerque, sugerindo que o posicionamento dos governadores não passa de uma estratégia momentânea para evitar que retaliações do governo federal prejudiquem suas respectivas gestões.
O discurso propagado pelo comando socialista é de que, à exceção dos irmãos Gomes, a candidatura de Eduardo à Presidência é consensual dentro do partido. "Há um entusiasmo da base nesse sentido. Agora, os governadores tem suas conveniências administrativas e compreendemos que eles não podem ficar se expondo neste momento. As declarações deles estão dentro do combinado, do programado", relatou o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira.
Mesmo considerando que o movimento em favor da candidatura de Eduardo é majoritário dentro do partido, o vice-presidente Roberto Amaral foi o único a admitir a existência de obstáculos internos. Ao ser questionado sobre a resistência dos governadores, o dirigente disse que essa era uma questão que a sigla precisa enfrentar. "Temos que encontrar um bom termo entre a questão nacional e as questões estaduais, que são legítimas", disse.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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