Recém-eleito para comandar o PSDB, senador será o protagonista dos próximos programas da legenda, que vão ar este mês e em junho. Objetivo é dar maior visibilidade ao presidenciável
Bertha Maakaroun
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, estará no centro das inserções de 30 segundos que vão ao ar hoje, sábado, no dia 28 e na primeira semana de junho. Os spots – 10 ao dia – procuram inovar no formato programa partidário e estão voltados para as classes B e C, com renda familiar que varia de R$ 1,7 mil a R$ 9,7 mil. Sob o comando do novo marqueteiro, o antropólogo e publicitário Renato Pereira, que fez as campanhas dos peemedebistas Sérgio Cabral e Eduardo Paes, governador e prefeito do Rio de Janeiro, respectivamente, Aécio conversará com eleitores, procurando apontar para problemas cotidianos que remetam ao debate nacional de temas econômicos e sociais.
Ao mesmo tempo, o senador mineiro, que acaba de ser eleito para o comando da legenda, será apresentado ao eleitor brasileiro. A sua trajetória e a herança política do avô Tancredo Neves – com especial ênfase à campanha pelas Diretas Já –, os seus oito anos de governo em Minas Gerais, além da eleição do sucessor, Antonio Anastasia, serão abordados não apenas nos spots, mas sobretudo no programa partidário de 10 minutos, a ser veiculado no dia 30 deste mês. Várias imagens de programas de governo em Minas, que apontam as gerações sucessivas dos choques de gestão e programas sociais de distribuição de renda implementados no estado, foram tomadas para o programa nacional tucano. Cenas da convenção nacional do PSDB, no sábado, também serão incorporadas, numa tentativa de demonstrar a unidade da legenda, em particular dos ninhos de Minas e de São Paulo.
Com a propaganda institucional, o partido busca dar visibilidade a Aécio, provável candidato da legenda ao Palácio do Planalto em 2014, para que se torne mais conhecido. Para além de Minas, o programa partidário vai abordar estados, em particular do Nordeste, como a Paraíba, onde serão tratadas questões peculiares das regiões, com propostas do partido para o desenvolvimento econômico e social. Aécio fará também a defesa da herança de Fernando Henrique Cardoso, atribuindo-lhe a autoria de programas sociais de transferência de renda e retomando a temática das privatizações, argumentando que o PSDB iniciou um processo que é o mesmo adotado agora pelo PT.
Com os programas, Aécio tratará, nesta quinta-feira, de atingir os segmentos populares D e E, de baixa renda, participando do Programa do Ratinho, no SBT. Em eleições passadas, por ali também estiveram em busca de maior visibilidade e de se tornarem conhecidos a presidente Dilma Rousseff e o prefeito de São Paulo, Fernando Hadadd (PT).
CARAVANAS A partir de julho, de 15 em 15 dias, Aécio Neves lançará mão do mesmo expediente usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na década de 1990: as caravanas pelo país. A estratégia foi defendida ontem pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. "Uma coisa correta que o presidente Lula fez quando perdeu a eleição para o Fernando Henrique foram as caravanas da cidadania. Está correto. Ele percorreu o país, o interior, o nortão do Mato Grosso, as novas fronteiras agrícolas, o semiárido. Acho que o Aécio deve liderar esse trabalho. Quem puder vai junto, no sentido de percorrer o Brasil, sentindo os problemas, os desafios, até para elaborar um bom programa de trabalho", afirmou o governador em evento em Guarulhos, na Grande São Paulo.
O governador reafirmou, porém, que considera cedo para definir o candidato tucano que vai enfrentar Dilma Rousseff em 2014. "Este ano não é para escolher candidato. Candidato deve ser escolhido no fim do ano, no começo do ano que vem. Este ano é de percorrer o Brasil, ouvir o povo, falar à população."
A cautela de Alckmin, entretanto, não traduz o sentimento do conjunto tucano. A pré-candidatura de Aécio ao Planalto se consolida internamente, e, já a partir de julho, ele se debruçará sobre as composições políticas em cada estado, trabalhando palanques locais que possam atrair aliados. Além dos parceiros tradicionais que estão na oposição – como o DEM e o futuro MD – há clareza entre tucanos que só a partir do ano que vem será possível avançar as conversações com partidos que estão na base de sustentação de Dilma, como o PDT.
Fonte: Estado de Minas
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