SÃO PAULO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou ontem que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), lhe disse há um mês que será candidato à Presidência da República. O tucano participou de uma palestra sobre caminhos para o crescimento do Brasil promovida pela agência Thomson Reuters em São Paulo. Ao responder sobre o cenário eleitoral para 2014, FHC destacou a "emergência de um candidato que sai do bloco do poder, que é o governador de Pernambuco".O PSB, partido presidido por Campos, integra a base de apoio do governo Dilma Rousseff. O pernambucano, no entanto, tem feito críticas à gestão petista e ensaia disputar o Planalto no próximo ano. O apresentador da palestra perguntou a FHC se Campos realmente será candidato. "Disse a mim que sim. Entre dizer e fazer, depende das circunstâncias", respondeu o tucano, que afirmou que a conversa ocorreu há um mês, mais ou menos.
O ex-presidente disse que o socialista é um governante "bem avaliado, tem visão" e que estaria "disposto a concorrer apostando que a aprovação popular a Dilma possa cair até a eleição". "Ele também acha, como eu acho, que essa coisa de 80%, 70%, 60% (de aprovação) é tudo uma ilusão. Voto se dá no dia da eleição. E você teve o voto naquele dia. No dia seguinte, já não tem mais nada", declarou FHC.
O tucano exaltou o resgate de seu legado e a defesa das privatizações feitos pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) na eleição em que o mineiro, que deve disputar o Planalto em 2014, foi eleito para presidir a legenda. Citando o discurso do correligionário no evento partidário, no último sábado, respondeu a uma pergunta do mediador sobre o que os investidores, especialmente estrangeiros, podem esperar de um eventual governo Aécio.
"Ele acha primeiro que é preciso voltar a ter coragem de fazer o que tem que ser feito, inclusive na área de privatizações. (Acha) que a centralização em Brasília está prejudicando o País e que tem que ser um governo que esteja alinhado diretamente às experiências das pessoas. De alguma maneira, ele quis mostrar que chegou a hora de reatar com o que o PSDB fez no passado." FHC afirmou que ajudará a articular a candidatura de Aécio, mas não pretende ir para a linha de frente. "Não vou aparecer na campanha. Campanha quem faz é o candidato".
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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