A pressão do governo federal, apavorado com a inflação crescente que põe em risco não só a qualidade de vida do povo mas – o que para a Dilma é mais importante – a sua reeleição, levou a Prefeitura de São Paulo a estabelecer em 3,20 reais a tarifa do transporte urbano, bem abaixo do que seria se o índice de inflação oficial fosse aplicado. Com isso “carregou” a tarifa do metrô para o mesmo valor. Como uma “compensação”, que minimiza, em parte, a perda da prefeitura pela necessidade de aumentar em centenas de milhões de reais o subsídio estatal, que o Município, em especial, tem que pagar, o governo federal abre mão de contribuições federais, o PIS e o COFINS, sobre o transporte coletivo.
Seja para diminuir o impacto sobre a inflação, seja para justificar a manutenção de empregos, o governo federal tem determinado uma série de isenções tributárias sobre diversos produtos. Nos últimos tempos ele o fez nos impostos sobre a produção da indústria automobilística. Assim sendo, ao sabor da conjuntura, sem uma visão de conjunto da economia, e sem um política industrial e tributária coerente, o governo federal se comporta como uma biruta de aeroporto.
Vem de muitos anos a reivindicação da desoneração tributária sobre o saneamento básico. Fornecimento de água, coleta e tratamento dos esgotos são, é fora de dúvida, mais importantes do que a maioria dos bens que preocupam as autoridades. Além do que esse setor é um grande demandante de mão de obra, uma das preocupações do governo. As carências nesse setor são enormes, uma necessidade para a preservação da saúde e da qualidade de vida. Mas a desoneração não acontece. Se isso impactasse de forma pesada os índices de inflação, ou se fosse algo decisivo sobre os resultados eleitorais, não tenho dúvidas de que já teria sido feita. Infelizmente Dilma prioriza os seus interesses eleitorais. O povo só lhe importa, apesar do discurso, para manter o poder.
Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB
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