Inicia-se o mês de agosto. Na história política brasileira mês conhecido como de acontecimentos surpreendentes, importantes e, no mais das vezes, mau agourentos.
O Congresso Nacional retorna do "recesso branco" com uma pauta prenhe de possíveis conflitos com o poder executivo: a derrubada da multa de 10% do FGTS para as demissões sem justa causa, a destinação dos "royalties" do pré-sal, a implantação do orçamento impositivo para emendas parlamentares, a proposta de redução do número de ministérios, a polêmica da medida provisória do programa Mais Médicos, a CPI da Petrobras sobre a compra da refinaria sucateada nos EUA, e outras coisas mais.
O Supremo Tribunal Federal também retorna do recesso e tem na pauta o sempre complicado e sensível processo do mensalão, com os réus condenados tentando "melar" as sentenças. O fato novo é que a composição atual do tribunal está diferente daquela que encerrou a fase do julgamento, com dois novos ministros cujo posicionamento nas avaliações dos embargos sobre as penas aplicadas poderiam eventualmente possibilitar a diminuição das punições e em alguns casos impossibilitar a prisão em regime fechado de réus importantes.
Junto com essas complicações político-institucionais tudo indica que as mobilizações de rua prosseguirão, se não em volume igual ao de junho, ao menos de segmentos e corporações e aquelas mais focadas em temas políticos específicos. Ah! E as centrais sindicais estão convocando mais uma mobilização de trabalhadores no final do mês.
Como se vê há matéria-prima suficiente para qualquer agosto fazer valer a sua fama. Vamos acompanhar com cuidado e paciência para que as bruxas (sempre há algumas soltas por aí) não sejam as mentoras e dirigentes desse processo.
Urbano Patto é Arquiteto-Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, dirigente do Partido Popular Socialista (PPS) de Taubaté e do Estado de São Paulo. Comentários, sugestões e críticas para urbanopatto@gmail.com
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