Além de gravações, o dossiê elaborado por dois ex-assessores da deputada Janira Rocha (PSOL), que já foi encaminhado para a Assembleia Legislativa, conteria documentos que reforçam indícios
de crime eleitoral. Entre eles, recibos de serviços executados e não declarados para a Justiça Eleitoral — pagos através de caixa 2 inclusive relativos a boca de uma. O material será analisado pela Corregedoria da Alerj, que já marcou para a próxima quarta-feira os primeiros depoimentos do processo que analisará o caso. Serão ouvidos exatamente os dois ex-assessores.
— Vamos fazer uma apuração serena e responsável, dando amplo direito de defesa à deputada. Não haverá interferência política — garantiu o deputado Comte Bittencourt (PPS), corregedor da Casa.
Ontem, Janira não esteve no plenário da Alerj, mas as denúncias envolvendo seu nome foram motivo de discussão entre os deputados Domingos Brazão (PMDB) e Marcelo Freixo (PSOL). Ao cobrar da corregedoria rigor na investigações, Brazão alfinetou o PSOL.
— Estou estranhando que hoje (ontem) as galerias da Casa não estão cheias de mascarados cobrando que as denúncias sejam apuradas. O que acontece é que a máscara do PSOL está caindo. O povo não pode ser mais enganado por esses falsos corretos.
Freixo, por sua vez, reforçou que foi o seu próprio partido que encaminhou à Mesa Diretora da Alerj o pedido para que as denúncias fossem apuradas.
E não poupou palavras contra os ataques de Brazão.
Nesta Casa, há porcos que gostam de espalhar lama para todos os lados para dizer que todos vivemos num mesmo chiqueiro.
O subcorregedor da Alerj, deputado Luiz PauJo (PSDB), explicou que a apuração da corregedoria é a primeira fase de um processo que pode levar à cassação de Janira caso seja comprovada a quebra de decoro parlamentar. O caso ainda terá que ser analisado pela Comissão de Ética — composta por sete membros e presidida pelo deputado Jânio Mendes (PDT) — para depois passar pelo plenário. Entre os casos recentes que culminaram em perda de mandato estão os de Jane Cozzolino, Álvaro Lins e Renata do Posto.
Nas gravações já divulgadas, Janira Rocha admitiu que usou dinheiro do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindspre-vi-RJ) não só para se eleger, como para bancar outras campanhas e até para a criação e estruturação do próprio PSOL.
Fonte: O Globo
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