Rumo a 2014. Governador tenta abafar as vozes contrárias à sua candidatura ao Planalto e provoca a senadora Lídice da Mata
Carolina Albuquerque
Resolvido, por hora, o problema com o presidente do PSB do Rio de Janeiro, Alexandre Cardoso, que defendeu o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o governador Eduardo Campos (PSB), cotado para disputar o Planalto em 2014, age politicamente para conter as vozes dissonantes nos demais Estados, como o Ceará de Cid Gomes e a Bahia. Esta semana, a provável candidata socialista ao governo baiano, senadora Lídice da Mata (PSB) criticou uma possível aliança entre o PSB e o PSDB. O governador, ontem, em tom de recado, rebateu: "Nunca fui do PSDB. Quem já foi do PSDB no passado foi Lídice".
A referência aos tucanos vem após um encontro entre o líder socialista e o presidenciável do PSDB, senador Aécio Neves, na semana passada, no Recife. Apesar de negarem, os dois teriam selado um "pacto" de boa convivência para afinar as críticas e não atacar um ao outro. Especulações dão conta que um poderia apoiar o outro num eventual segundo turno em 2014. Entusiasta da candidatura presidencial de Eduardo, Lídice disse à imprensa baiana que "estranhou" a parceria com Aécio, tomada sem "consultar o PSB".
Evitando render a polêmica, Eduardo disse que a visita do presidenciável tucano à sua casa ocorreu de forma "civilizada". "Recebi a visita de Aécio sem nenhum problema, muito civilizada, como sempre faço. Mas desde 1984 que não estamos no mesmo palanque", disparou. Eduardo comentou, ainda, que vai esperar a senadora baiana voltar de viagem ao exterior para chamá-la para uma conversa.
Ele fez o mesmo esta semana com Alexandre Cardoso, que veio ao Recife na última terça-feira. Do prefeito de Duque de Caxias e presidente estadual do PSB do Rio de Janeiro, fundamental colégio eleitoral para o voo solo do PSB em 2014, ouviu que acatará o que o partido decidir. Isto é, pode até continuar defendendo, por hora, o apoio à candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), apoiado pelo governador Sérgio Cabral (PMDB), mas estará com o que o PSB decidir para a eleição do próximo ano.
É nos bastidores que o governador costura o consenso nos Estados onde há divergência. A movimentação é imprescindível uma vez que o socialista precisa ter palanques estaduais fortalecidos para uma disputa presidencial. Além disso, com o prazo final do calendário eleitoral para mudança de partido e novas filiações se aproximando (5 de outubro), as conversas nos bastidores se intensificam. Eduardo deve voltar as atenções agora para o Ceará, onde o governador Cid Gomes, que defende apoio a Dilma Rousseff (PT), tem feito críticas severas à candidatura do correligionário ao Palácio do Planalto.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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