No fim de semana, ex-presidente disse que, se pudesse indicar um ministro hoje para a mais alta Corte, teria ‘mais critério’
‘Fico imaginando quais critérios ele utilizou para nomear assessores’, declarou Aécio
Thiago Herdy
SÃO PAULO - O senador e pré-candidato à presidência Aécio Neves (PSDB) criticou na manhã desta segunda-feira o ex-presidente Lula, que, em entrevista ao jornal "Correio Braziliense", neste fim de semana, disse que, se pudesse indicar hoje um ministro para o STF, teria “mais critério”.
— Algo surpreendente para todos nós. Partimos do pressuposto de que o presidente da República escolhe com absoluto critério os seus ministros do Supremo, das obras públicas e até mesmo do Poder Executivo — disse Aécio, em São Paulo, durante evento para empresários organizado pela "Revista Exame".
Embora tenha dito que considere a declaração do ex-presidente um provável "ato falho", Aécio considerou "preocupante" Lula dizer que não foi criterioso na escolha dos ministros "da mais alta Corte brasileira".
— Fico imaginando os critérios que ele utilizou para nomear diretores das agências reguladoras, assessores do Palácio, dirigentes de bancos, enfim. Está explicado os desencontros que o PT vem tendo ao longo dos anos — disse o senador tucano.
Em entrevista publicada no domingo, Lula disse que indicaria os mesmos ministros se tivesse decidir com as mesmas informações que teve no passado. No entanto, declarou que faria diferente se fosse nos dias de hoje.
“Eu teria mais critério. Um presidente recebe listas e mais listas com nomes” — afirmou o ex-presidente, que indicou quatro dos 11 atuais ministros do Supremo, entre eles Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, que acatou a maior parte das acusações contra petistas, feitas pelo Ministério Público.
Aécio disse esperar que o Supremo conclua com celeridade o julgamento do mensalão, "absolvendo quem deve ser absolvido e punindo quem deve ser punido", para não deixar na sociedade "uma sensação de impunidade", para ele “a herança mais perversa do governo do PT”.
Perguntado sobre a demora para o julgamento do mensalão mineiro, que investiga a ação de dirigentes tucanos de Minas Gerais, seu estado, em consórcio com Marcos Valério, Aécio desconversou:
— Deve ser julgado e, se tiver culpado, deve ser punido. Mas é um caso que eu conheço muito pouco, talvez você possa conhecer melhor do que eu — disse.
Na palestra para empresários, o tucano disse que reduziria pela metade o número de ministérios em um eventual governo do PSDB, e criaria o que chamou de “secretaria de desburocratização”, para “simplificar o setor de negócios e estimular os que querem empreender mais”.
Aécio defendeu que beneficiários do bolsa-família que conseguirem um emprego tenham direito a mais seis meses de benefício, para que possam se adaptar a uma nova condição de vida, sem que dependam da bolsa para sobreviver.
A proposta constará de lista de intenções relacionadas ao programa, que o PSDB pretende lançar nos próximos dias.
— Queremos dar uma nova oportunidade de reinserção dos beneficiários no mercado de trabalho. O pai de família que voltar a trabalhar com carteira assinada deve continuar recebendo por um período. (...) Vamos dar segurança para que a pessoa faça essa transição — afirmou o tucano.
Fonte: O Globo
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