Após entregar cargos no governo Dilma, socialistas entendem que hoje é mais interessante um acordo com Aécio
Germano Oliveira
SÃO PAULO - Após entregar os cargos que o partido tinha no governo federal, o PSB começa a articular palanques nos estados e se aproxima cada vez mais do PSDB. A legenda negocia coligações com os tucanos em 10 estados e onde o PSB já administra a prefeitura com o PSDB. Os socialistas entendem que hoje é mais interessante um acordo com Aécio Neves do que com Dilma para 2014. Com Aécio e Eduardo na disputa, será mais fácil ter segundo turno contra Dilma, sobretudo porque o pernambucano tomará votos de Dilma no Nordeste, e Aécio vai tirar votos da petista em Minas e no Rio. Para os socialistas, Marina terá dificuldades de viabilizar a Rede Sustentabilidade e pode ficar fora do páreo em 2014.
— No segundo turno, Dilma terá dificuldades para obter apoios, pois é mais fácil Aécio vir a apoiar Eduardo, ou o Eduardo apoiar Aécio — disse um fonte da direção do PSB muito ligada ao governador Eduardo Campos, para quem a candidatura do socialista já está sendo construída com a formação de palanques regionais.
O principal palanque montado entre o PSB e PSDB está sendo costurado em São Paulo. O PSDB do governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição, já teria desistido de ter o PMDB de vice, porque o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, já teria assegurado a vaga para disputar o governo de São Paulo. Sem o PMDB de Skaf e do vice Michel Temer, Alckmin quer ter o PSB em seu palanque estadual e já cogita ter como vice o deputado Márcio França, presidente estadual do PSB. Em São Paulo, o PSDB e PSB administram conjuntamente 30 prefeituras, entre as quais a de Campinas.
— Alckmin, no entanto, vai empurrar essa definição até as convenções de junho. Para Alckmin, um palanque duplo com Eduardo é interessante pois os tucanos em São Paulo terão dificuldades para engolir a candidatura de Aécio Neves — disse a fonte do PSB, lembrando que as conversas sobre a montagem dos palanques para 2014 ainda estão bem no início.
Nesse contexto, o PSB se articula com o PSDB também em outros estados.
— Em Alagoas, o PSB apoiou o governador tucano Teotônio Villela. No Paraná, o PSB apoiou o governador Beto Richa, que apoiou o candidato do PSB a prefeito de Curitiba. Apoiamos Aécio para governador de Minas, e o PSDB apoiou nosso prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. No Amazonas, apoiamos o Arthur Virgilio para prefeito no segundo turno. Na Paraíba, o PSDB apoiou nosso candidato Ricardo Coutinho, eleito governador — lembra Carlos Siqueira, secretário-geral do PSB, completando:
— Por outro lado, o PT e PSB se coligaram nas últimas eleições em 323 cidades. Somos aliados aos irmãos Viana no Acre há muito tempo. Vamos fechar os palanques com quem nos der maior espaço nos estados, mas hoje realmente estamos mais perto do PSDB do que estamos do PT — disse Siqueira.
Fonte: O Globo
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