quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Campanha na rua: Dilma e Marina concentram ataques

Sob ataque de Marina Silva, a presidente Dilma Rousseff negou ontem que seu governo tenha abandonado o controle fiscal e da inflação, além do câmbio flutuante. Já a ex-senadora reforçou as críticas, dizendo que Dilma convive com chantagem do Congresso.

Dilma rebate críticas e afirma não esquecer tripé da economia

Para presidente, inflação e contas públicas estão "absolutamente sob controle"

Biaggio Talento* e Luiz a Damé

SALVADOR E BRASÍLIA- Depois das críticas da ex-senadora Marina Silva à política econômica do governo, a presidente Dilma Rousseff negou ontem, em entrevista durante cerimônia de anúncio de recursos para o metrô de Salvador, que sua administração tenha abandonado o tripé da política macroeconômica, sustentado pelo câmbio flexível, pelo controle da inflação e pelo controle dos gastos públicos.

A presidente se valeu dos principais elementos da economia brasileira para contrapor Marina, que firmou aliança com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), para a disputa presidencial de 2014. De acordo com Dilma, os pilares da economia brasileira "jamais foram abandonados":

— Meus queridos, jamais foi abandonado o tripé macroeconômico. Inflação sob controle, contas públicas absolutamente sob controle, inclusive com queda na participação no PIB dos três principais itens do Orçamento público federal. A saber: Previdência, pessoal e pagamento de juros. Quando o Brasil teve entre U$$ 376 bilhões e US$ 378 bilhões de reservas? Por isso, meus queridos, (o tripé macroeconômico) nunca foi abandonado.

Marina diz que administração é retrocesso

Marina havia declarado em Recife, anteontem, que a marca da administração de Dilma na área econômica seria um retrocesso, e que a condução da área vinha sendo feita com "alguma negligência em função da ansiedade política", achando que isso poria em risco as conquistas adquiridas desde o início da estabilização econômica.

Dilma deu a resposta sem citar Marina e deixou o local sem responder a mais perguntas. No discurso, durante a solenidade sobre a Mobilidade Urbana, não fez referências aos seus prováveis adversários diretos na campanha presidencial de 2014. Usando a questão do metrô, optou por repetir críticas aos governos passados, anteriores à era petista e que, na sua visão, não teriam se preocupado em investir em transporte de massa.

Ontem, depois de afirmar que os candidatos a presidente têm de estudar mais para conhecer os problemas do país, a presidente Dilma usou as redes sociais para alimentar a polêmica com os adversários, especialmente Marina Silva, que ironizou "o conselho de professora". Em sua conta oficial no Twitter, Dilma disse que as pessoas nunca param de aprender: "Acredito que a gente nunca para de aprender. Aprendemos sempre, aprendemos com as outras pessoas, aprendemos estudando. Não acredito naqueles soberbos que julgam que nascem sabendo ou que já aprenderam tudo. Serei sempre uma aluna do mundo".

Dilma defende valorização do magistério

Ao celebrar o Dia do Professor, Dilma disse que é filha de professora e defendeu a valorização do magistério. E mais uma vez, como fizera em junho, fez uma referência aos que, segundo ela, são adeptos do "quanto pior, melhor" Falou disso ao homenagear seus professores do Colégio Estadual Central, de Belo Horizonte:

"Lá no Colégio Estadual Central fui apresentada ao Velho do Restelo, personagem de Camões, ícone do mau agouro. A vida me ensinou a enfrentar e superar os Velhos do Restelo, que sempre apostam no quanto pior, melhor"

Dilma também homenageou a economista Maria da Conceição Tavares. Segundo Dilma, Maria da Conceição foi a inspiração do lema de seu govemo "País rico é país sem pobreza" e uma das maiores críticas no Brasil ao "crescimento com concentração de renda dos anos 70. (*Agência A Tarde)

Fonte: O Globo

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