Lideranças do PSB e Rede buscam afinar discurso e governador de Pernambuco reforça que aliança com Marina vai além do eleitoral
Angela Lacerda
RECIFE - Na tentativa de afinar os discursos do PSB e da Rede, o governador de Pernambuco e presidente da legenda, Eduardo Campos, afirmou que os dois partidos estão discutindo um programa conjunto e que o foco não é só o "eleitoral". "Não adianta ter o tempo de televisão e não ter o que dizer", afirmou Campos nesta terça-feira, 15.
Na noite desta segunda, 14, lideranças do PSB e da Rede participaram de um jantar na casa do governador para falar sobre a aliança com a ex-senadora Marina Silva. Campos procurou reforçar que PSB e Rede estão discutindo um programa e que é possível construir uma alternativa. "Não estamos discutindo o eleitoral, não é a soma de tempo e televisão", afirmou ao ser perguntado sobre a declaração de Marina, em uma coletiva à tarde, de que é melhor "perder ganhando do que ganhar perdendo".
De acordo com o deputado federal Beto Albuquerque, líder do PSB na Câmara, que esteve presente no jantar, as duas legendas estão compromissadas em conversar sem "impor nada". "Temos que aprender a coexistir, a conviver, enfrentar as divergências, esta é a virtude da nossa união (Rede e PSB), sem impor nada a ninguém", afirmou o deputado, ao frisar que a aliança só abrirá espaço "para conversar com os outros depois que estiver com a orquestra afinada".
Para isso, Rede e PSB preveem a realização de seminários em São Paulo e no Rio para os representantes das duas legendas apresentarem contribuições. "Tem razão Marina e eu, que já ganhei ganhando, sei que não vale a pena ganhar perdendo, é preciso ter as condições para executar os compromissos assumidos com a sociedade", completou Campos nesta terça.
Retrocesso. O governador comentou com cautela a declaração de Marina de que a marca do governo Dilma é "do retrocesso ou risco do retrocesso". Segundo ele, não é possível para fazer um balanço dos quatro anos da gestão presidente, mas afirmou que ele e Marina fazem o mesmo reconhecimento, cada um por um caminho, de que as conquistas das últimas três décadas podem ser colocados em situação de vulnerabilidade.
"Se não se aproxima a sociedade das instituições e não se retoma o prestígio das instituições perante o julgamento popular, se fragiliza a democracia", pontuou. "Se não melhora o padrão da nossa economia, não contém a inflação, não melhora os fundamentos macroeconômicos e não faz a sinergia entre a política econômica e a monetária, vamos fragilizar a conquista da estabilidade".
Fonte: O Estado de S. Paulo
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