A presidente Dilma anunciou investimentos do PAC em mobilidade urbana, em resposta às críticas da ex-ministra Marina Silva de que seu governo foi negligente com o tripé econômico formado por geração de superávits primários nas contas públicas, regime de câmbio flutuante e metas para a inflação. Dilma declarou que o tripé econômico nunca foi abandonado.
Dilma reage a Marina no microfone e na internet
Presidente rebate críticas à economia em entrevista; no Twitter, realimenta polêmica
A presidente Dilma Rousseff rebateu ontem, em duas oportunidades, declarações da ex-ministra Marina Silva, nova aliada do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, na disputa ao Palácio do Planalto em 2014. Ela aproveitou ainda o palanque de um evento oficial do qual participava, na Bahia, para rebater críticas sobre o baixo crescimento econômico, dizendo que um país desenvolvido não é apenas aquele onde o PIB cresce.
A primeira reação de Dilma que teve Marina como alvo aconteceu via internet. Em sua conta no Twitter, a presidente realimentou a polêmica inicia¬da por ela mesma anteontem, em Minas Gerais. Em uma entrevista a uma rádio naquele Estado, Dilma afirmou que seus adversários nas eleições presidenciais do ano que vão precisar "estudar muito" sobre o País. Marina respondeu, no mesmo dia, que "difícil são aqueles que acham que já não têm mais o que aprender". A ex-ministra ainda ironizou a presidente, que segundo ela estava dando um "conselho de professora". Ontem, no microblog, Dilma postou: "Não acredito na¬queles soberbos que acham que nascem sabendo ou que já aprenderam tudo. Serei sempre uma aluna do mundo."-
Mais tarde, Dilma aproveitou um evento em Salvador, na Ba¬hia, para responder a outra crítica de Marina segundo a qual seu governo foi negligente com o tri¬pé econômico criado ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002): altos superávits primários nas contas públicas, regime de câmbio flutuante e metas para a inflação.
"A inflação está sob controle, as contas públicas (estão) absolutamente sob controle. Inclusive com queda na participação do PIB dos três principais itens do orçamento federal: previdência, pessoal e pagamento dos juros. Quando o Brasil teve US$ 378 bilhões de dólares de reserva? Por isso, queridos, o tripé nunca foi abandonado", disse a presidente numa breve entre¬vista a jornalistas que acompanhavam o evento oficial em que assinou, ao lado do governador Jaques Wagner (PT) e do prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), um contrato de PPP (Parceria Público Privada) para a construção e operação do sistema metroviário da capital baiana e de Lauro de Freitas, na região metropolitana. Do montante total a ser investido no projeto, R$ 3,9 bilhões, o governo federal vai arcar com R$ 1,3 bilhão, proveniente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
As respostas diretas em público de Dilma a Marina refletem uma preocupação que a presidente já vinha demonstrando em reuniões reservadas com aliados. Nessas reuniões políticas, a petista afirmou que era preciso atenção à parceria com o governador de Pernambuco, porque a ex-ministra não era "uma pessoa qualquer". Marina se uniu a Campos após ver rejeitado o pedido de criação de seu partido, a Rede. Marina, então, se filiou ao PSB do governador de Pernambuco para ter legenda no ano que vem. Ainda não está claro quem será o candidato à presidência nessa parceria.
Crescimento. Horas antes do evento em Salvador, Dilma participou de um evento em Vitória da Conquista (mais informações abaixo). Nele, rebateu críticas de quem reclama do baixo crescimento do Brasil. "País desenvolvido não é o país em que o PIB cresce, em que você mede a qualidade de vida das pessoas pela quantidade de produtos, em um país desenvolvido, você mede a qualidade de vida pelo conforto que as pessoas têm, pelo acesso que têm à casa pró¬pria, pelo emprego que elas conseguem, pela qualidade da saúde que ela recebe, pela qualidade da educação que ela recebe", disse. "Quando nós tivermos esses índices melhores, nós seremos uma nação desenvolvida."
Em seguida, ressaltou: "É óbvio que a gente precisa que a economia cresça, é óbvio que agente precisa que o PIB cresça, mas no Brasil temos a experiência do passado em que o PIB crescia e a renda se concentrava na mão de poucos. Queremos que o PIB cresça, mas que a renda seja distribuída. Por isso fizemos o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e o Mais Médicos.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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