Presidente do partido dá apoio a senador; PMDB reage e diz que decisão ameaça aliança nacional
Juliana Castro e Cássio Bruno
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, decretou ontem, em reunião no Rio, apoio absoluto à pré-candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo fluminense. Falcão disse que a eleição do parlamentar em 2014 é "prioridade total" e deu confiança aos petistas que vivem assombrados por uma possível retirada da candidatura em favor do vice-governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB.
— Poucas vezes, vi unidade tão ampla no PT como a que conseguimos produzir hoje (ontem). Primeiro, a reafirmação de prioridade total à eleição do senador Lindbergh como nosso governador aqui. Segundo, a convicção reafirmada aqui de que o palanque do PT, do senador Lindbergh e de nossos aliados é um palanque pela reeleição da presidente Dilma — declarou Falcão.
Esta semana, a hipótese de a chapa de Lindbergh dar palanque duplo à presidente Dilma Rousseff e ao pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, provocou uma crise no PT do Rio. Falcão negou ter tratado do assunto no encontro. Em seguida, divulgou que o PT estadual fará uma reunião em 25 de novembro, quando decidirá o dia da entrega dos cargos no governo de Sérgio Cabral (PMDB).
No primeiro escalão, o PT ocupa a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos e a de Meio Ambiente. O partido, porém, continuará no governo do prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Lindbergh mostrou animação com as declarações:
— Foi a consolidação unânime em torno da minha candidatura e, agora, com o aval da direção nacional do PT.
Além de defender a saída imediata do governo Cabral, Lindbergh, na articulação de sua aliança, adota a tese de que o nome que vá concorrer ao Senado pela chapa seja do PSB. O nome dos sonhos do petista seria Romário, que trabalhará pela candidatura de Campos à Presidência.
— Eu não vou cogitar essas hipóteses, porque quem vai tratar das alianças é nosso pré-candidato e uma comissão da direção que estará trabalhando e sintonizada junto com ele. — afirmou Falcão.
Houve reclamação de que os peemedebistas tratam o PT como inimigo, e foi lembrado o episódio em que Cabral citou a sua relação com Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência, para tentar minar a candidatura do PT no Rio.
O governador Sérgio Cabral não quis comentar o caso. Luiz Fernando Pezão, pré-candidato do PMDB, não atendeu as ligações. O líder do governo na Assembleia Legislativa do Rio, André Corrêa (PSD), criticou a atitude dos petistas:
— Entregar cargos é uma esquizofrenia. Pode ser um risco para a aliança nacional entre PT e PMDB.
O deputado estadual Rosenverg Reis (PMDB) concordou:
— O PT caminhou quase sete anos com Cabral. E tem que caminhar agora até o final. É uma atitude infeliz.
Para o deputado estadual Edson Albertassi (PMDB), é uma medida precipitada:
— Foi uma atitude afobada. Durante todo o governo, Sérgio Cabral foi leal com os aliados.
Fonte: O Globo
Um comentário:
Eu acho muito errado o PT dar as costas pro PMDB depois de 7 anos de aliança, aliança a qual trouxe diversos investimentos para o Rio!
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