Dilma, Aécio e Campos convivem com a possibilidade de que possam ser substituídos por Lula, Serra e Marina, respectivamente, na eleição presidencial do ano que vem
Germano Oliveira
SÃO PAULO - A corrida presidencial rumo a 2014 apresenta um quadro inédito, onde os pré-candidatos convivem com "sombras" de peso dentro de seus partidos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é a sombra de Dilma Rousseff, pode ser chamado para disputar o pleito pelo PT caso a presidente caia na avaliação popular, enquanto o ex-governador José Serra é a sombra de Aécio Neves no PSDB, podendo assumir a candidatura na eventualidade do senador mineiro não decolar. Já Marina virou uma sombra de luxo no PSB, com avaliação popular muito maior do que a de Eduardo Campos, hoje o nome que está posto, pelo domínio que o governador pernambuco exerce na máquina partidária socialista.
O ex-presidente Lula tem dito que não será candidato novamente, mas seu retorno à articulação política aumenta os comentários de que poderia disputar a Presidência da República. Nos eventos públicos do PT, a militância frequentemente grita "volta, Lula" — Lula é reserva de luxo de Dilma. Só será chamado a disputar novamente se houver uma tragédia, com piora nos indicadores econômicos, se a inflação voltar, o desemprego aumentar, e a renda cair — avaliou o cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV-SP.
No PSDB, Serra volta a assombrar Aécio Neves. A preferência da maioria dos tucanos é pela candidatura de Aécio, mas Serra pediu que a definição só ocorra em março, quando ele espera
poder estar à frente de Aécio nas pesquisas de intenção de voto. Serra ainda não desistiu da candidatura presidencial, embora Aécio seja imbatível no PSDB hoje.
O cientista político David Fleisher, da Universidade de Brasília (UnB), acha que Serra ainda tem chances.
— Se em abril ou maio o nome de Aécio não decolar, Serra pode ser chamado de volta pelo PSDB para disputar a Presidência. Ele é uma sombra que estará sempre à disposição — disse Fleisher.
De todas as sombras desta eleição, Marina é a que pode provocar uma inversão na chapa hoje liderada pelo governador de Pernambuco.
— Caso Eduardo Campos não decole até abril do ano que vem, será inevitável que a sombra de Marina cresça — afirmou Teixeira.
Fonte: O Globo
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