O drama que moradores da Região Metropolitana do Rio vivem nos últimos 15 dias, com interrupções do abastecimento de água pela Cedae, é infelizmente experimentado, em seu cotidiano, por populações de todo o estado. Um drama que fica claro no ranking do saneamento dos 100 maiores municípios brasileiros, divulgado recentemente pelo Instituto Trata Brasil, em que cidades servidas pela Cedae amargam os últimos lugares.
O Rio de Janeiro, a segunda cidade mais importante do país, é a pior colocada das capitais do Sudeste, no 57º lugar do ranking. Belo Horizonte está em 19º, São Paulo, em 23º e Vitória, em 30º. O 57º lugar é, também, o melhor resultado da Cedae. O pior é obtido por Duque de Caxias, em 94º lugar.
Os bons resultados do Estado do Rio no ranking são garantidos por cidades que não são servidas pela Cedae, como Volta Redonda, em 25º lugar, ou que romperam seus contratos com a empresa, como Niterói, em 12º, e Petrópolis, em 27º. Uma coragem que faltou a muitos municípios, pressionados pelo poderoso lobby da empresa, que, mesmo intitulada pelo Governo Cabral de Nova Cedae se beneficia da velha política, em que gestores públicos não têm obrigação de prestar contas de seus gastos ou investimentos ao cidadão.
A Cedae que, este ano vai arrecadar R$ 3 bilhões, passou a ter no atual governo seu orçamento desvinculado do Estado. O Legislativo não pode influir em seu orçamento, nem tão pouco acompanhar sua execução que não passa mais pelo crivo do Tribunal de Contas do Estado. Para piorar, em 2000, a Cedae ganhou a benesse de estabelecer, ela própria, as tarifas de seus serviços.
O resultado de tanta autonomia foi a criação de uma caixa preta, que sustenta uma das piores companhias de água e esgoto do Brasil.
Deputado estadual, e presidente PPS-RJ
Fonte: Jornal O Dia (RJ)
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