Tânia Monteiro
A retomada da discussão sobre execução das penas dos condenados no processo do mensalão surpreendeu o Palácio do Planalto. Ninguém esperava que esse debate ocorresse já na sessão de ontem, e muito menos que pudesse ser colocada em prática de imediato. Houve quem interpretasse a iniciativa como um golpe para os réus.
A presidente Dilma Rousseff, no entanto, manteve a mesma postura de quando o processo começou a ser julgado no Supremo Tribunal Federal: não trata do assunto nem autoriza nenhum de seus assessores e ministros a falarem sobre ele. Para a presidente, é um assunto do Judiciário, não dela nem de seu governo.
Entretanto, apesar dessa orientação, integrantes do governo avaliavam ontem que liquidar a questão das prisões, neste momento, não é de todo ruim. Ao contrário. Encerrar o debate sobre a prisão dos condenados no mensalão neste ano, antes de começar 2014 e a campanha eleitoral, seria até bom.
Outra avaliação entre interlocutores da presidente é de que este assunto não respinga em hipótese alguma sobre Dilma, que sucedeu José Dirceu no comando da Casa Civil quando o escândalo do mensalão o atingiu. A ideia é mostrar que o julgamento não afeta em nada o funcionamento do governo.
Aliás, outro escândalo que está dominando o noticiário do País está também passando à margem do Palácio do Planalto. Trata-se das denúncias envolvendo a Prefeitura de São Paulo que já derrubaram o secretário de Governo - uma espécie de Casa Civil municipal - do prefeito Fernando Haddad (PT).
Hoje, Dilma se encontrará com o antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, na cerimônia, de recepção dos restos mortais do ex-presidente João Goulart. Certamente o assunto entrará na conversa reservada entre eles, no Palácio do Alvorada.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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